100f: Como foi aceitar o convite para assumir a Secretaria de Planejamento?
Leandro Costa: Eu sempre participei de entidades como a AEFI (Associação dos Arquitetos, Agrônomos e Engenheiros de Foz do Iguaçu), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná, e sempre estive envolvido e reivindicando que a Prefeitura compusesse em seu quadro de secretários pessoas técnicas. O convite feito a mim pelo prefeito Chico foi nesse sentido de que eu compusesse uma pasta técnica, a Secretaria de Planejamento, uma vez que sou arquiteto.
Com isso me organizei, porque tenho meus negócios, minha empresa, e acabei aceitando com o objetivo técnico de dar solução ou melhorar a condição não só dos servidores que estão na secretaria hoje, mas também do contribuinte ou ainda do profissional arquiteto e engenheiro que está requerendo algo na secretaria. No dia a dia, na vida de arquiteto, convivemos com os gargalos que tem na secretaria. E junto com os demais servidores e diretores que compõe a secretaria meu objetivo é sanar esses gargalos. Além disso,é a primeira vez que assumo um cargo público.
100f: Quais os maiores objetivos da sua gestão?
Leandro Costa: O primeiro trabalho que estamos fazendo é o levantamento de informações da secretaria, quantidade de projetos em trâmite, tempo de cada etapa da aprovação dentro dos setores. Estamos fazendo um levantamento de informações para que então possamos planejar e organizar o fluxo da secretaria.
Temos algumas prioridades definidas. Uma delas é diminuir o tempo de análise dos projetos que estão em aprovação na Prefeitura, isso é nosso foco principal. Porque o tempo de espera na Prefeitura acaba afetando diretamente o desenvolvimento da cidade. Por isso queremos reorganizar essa área de aprovação de projetos para aí então partir para o objetivo macro que é planejar a cidade.
Minha intenção é que a Secretaria de Planejamento crie um banco de projetos, que esteja munida de projetos, pensando a cidade a longo prazo. Porque se hoje identificamos a necessidade de um espaço público, como um teatro, por exemplo, a única forma de conseguir recursos para isso é por meio de um projeto. Recursos financeiros sempre é possível conseguirmos, o que falta são projetos. Nosso objetivo é deixar como legado, um banco de projetos para que a cidade possa captar recursos e efetivamente conseguir realizá-los.
100f: Quais projetos estarão nesse banco de projetos?
Leandro Costa: Existem vários projetos. A cidade é carente de muitos equipamentos. O primeiro que vejo é que a cidade está de costas para o rio Paraná. Esse projeto da Av. Beira Rio é importantíssimo para a cidade. Poderá mudar a visão que as pessoas de fora têm de Foz, além de nossa percepção interna. Eu vejo que é um projeto estratégico para o município. E a Itaipu é uma grande parceira, estamos nesta tratativa e queremos muito viabilizar. Deverá ser elaborado um zoneamento desta da área de implantação da avenida definindo as áreas de intervenção privada e áreas de interesse público para instalação de equipamentos públicos. Nossa cidade está de costas para o rio e queremos que trazer o rio para a cidade. Vimos como um momento muito propício para viabilizar esse projeto.
Outro projeto importante é o teatro, que é uma demanda identificada pela Fundação Cultural, por ser uma cidade turística e internacionalmente conhecida, temos capacidade de trazer grandes eventos para a cidade. Precisamos também de uma arena multiuso, poliesportiva, de shows, enfim uma série de outros usos. Além de um Museu de Artes, pois temos uma riqueza histórica fantástica e falta uma estrutura que possa evidenciar o valor cultural da cidade.
Hoje a prefeitura está toda espalhada, tem um custo alto em aluguéis, e é importante reunir todas as secretarias e serviços da prefeitura em um lugar só, para que o contribuinte possa ir até o edifício da Prefeitura e ali ser atendido em todos os serviços que a Prefeitura oferece ao munícipe. Isso vai facilitar a vida do iguaçuense, além de requalificar a cidade. Esse equipamento transmitirá a imagem de uma cidade organizada, planejada e bem estruturada. O edifício da prefeitura pode se tornar um cartão postal da cidade e por que não um ponto turístico também, pois todas essas obras públicas e projetos novos tem que ter essa visão voltada para o turismo, sendo projetados com beleza arquitetônica.
100f: Como é formada a Secretaria de Planejamento?
Leandro Costa: Temos um corpo técnico de arquitetos e engenheiros que atuam em várias frentes. Nos dividimos em Setor de Análise de Projetos, que faz a parte de aprovação de projetos; Setor de Uso e Ocupação do Solo, responsável pela liberação da construção de loteamos e afins; Setor de Drenagem, que cuida da parte de alagamentos da cidade; e Setor de Projetos, que são projetos demandados por praticamente todas as secretarias.

100f: Quais as competências da Secretaria de Planejamento?
Leandro Costa: Aprovar as demandas requeridas pelos profissionais engenheiros e arquitetos, como a analise e aprovação de projetos de edificações, edifícios residenciais e comerciais. Fazer a analise e aprovação de novos loteamentos e condomínios do município, desenvolver projetos de manutenção dos equipamentos públicos, desenvolver novos projetos, além de planejar urbanisticamente a cidade.
100f: Sobre a demora na liberação dos projetos, atualmente quanto tempo está levando e como vocês esperam reduzir?
Leandro Costa: Estávamos com o prazo bem extenso mesmo, com processos de novembro, quando assumi em fevereiro. Montamos uma força tarefa para reduzir esse prazo. Nosso prazo legal de devolutivas é de 30 dias desde o pedido protocolado. E a nossa intenção é chegar até final de março atendendo esse prazo. E em final de abril estar atendendo cada demanda no máximo de 15 dias.
Existem alguns motivos para esses atrasos. Desde o inicio de fevereiro foi instituído o decreto de que todos os trâmites da Prefeitura serão digitais e toda aquela papelada física não existe mais. Identificamos a necessidade de troca dos computadores dos analistas e muito rapidamente providenciamos novas máquinas para que pudesse agilizar a análise dos projetos.
Temos um número pequeno de analistas e precisamos aumentar esse quadro. Estamos vendo estudando a melhor forma para fazê-lo.
Outro ponto identificado, é a necessidade de uma ferramenta para gestão dos projetos. Saber quanto tempo leva cada análise de projeto, qual a média diária de analises, entre outras informações, fará com que tenhamos gestão. A partir do momento que mapeamos esses dados, saberemos quanto tempo levará cada demanda e se o número de servidores, para determinado setor, é suficiente ou não, assim identificaremos os gargalos e com isso passaremos a atuar efetivamente nos problemas, o que trará maior agilidade ao atendimento do cidadão que necessita da secretaria.
100f: Com relação aos alagamentos da cidade, como você vê essa situação?
Leandro Costa: Anterior há 2017 a Prefeitura não cobrava dos loteadores a apresentação do projeto de drenagem. E hoje com o crescimento da cidade os loteamentos foram se agrupando e aquela área onde não foi feito o projeto adequado de drenagem está sofrendo a sobrecarga de todos os outros loteamentos e isso faz com que em alguns pontos ocorra o acúmulo excessivo de água gerando os alagamentos. Já mapeamos mais de 80 pontos que estão com essa situação crítica, e a Prefeitura terá que dar uma solução. Hoje estamos mais criteriosos na liberação dos novos loteamentos.
100f: De modo geral você acha que Foz foi planejada pensando no crescimento?
Leandro Costa: A cidade cresceu sem planejamento, em função dos ciclos de desenvolvimento do nosso município, que foram em sua maioria, situações que fogem a regra de qualquer planejamento urbano, como por exemplo, a implantação de Itaipu que trouxe muitas pessoas em pouco espaço de tempo, assim como o ciclo das compras no Paraguai, que gerou forte impacto nos bairros da Vila Portes e jardim Jupira. Por outro lado, ainda não temos um problema grave de trânsito na cidade. Isso nos permite planejar agora para garantirmos, por um longo período, um bom fluxo em toda a cidade. O que falta, no meu ponto de vista, são os novos modais, como ciclovias, das quais a cidade é muito carente. Como a Av. JK que corta a região norte-sul da cidade e não tem uma ciclovia. Graças a Deus ainda tem um certo conforto no que diz respeito ao trânsito. Só que se não pensarmos na cidade daqui a dez ou vinte anos podemos ter problemas sim.
Mesmo com a pandemia muitos investimentos chegarão à cidade, temos grandes grupos de investidores buscando nossa cidade e por isso temos que crescer planejadamente.
Entendo que a revitalização da Av. JK é um projeto importante para o município e também a revitalização da Av. Brasil, onde já existe um inicio de tratativa com os comerciantes daquela avenida. Estamos estudando e analisando esses possíveis projetos.
100f: Para fechar, qual sua expectativa para essa gestão?
Leandro Costa: Estou no meu segundo mês, sou otimista e tenho uma visão muito positiva em relação ao trabalho que podemos realizar na secretaria. Eu acredito que qualquer cidade pode ser transformada em pouco espaço de tempo. Basta haver força de vontade de todos e uma convergência positiva das situações para que as coisas aconteçam. Aceitei esse desafio, porque vi que há uma sinergia para isso e temos a Itaipu como uma grande parceira e totalmente motivada para colaborar com o município. Estamos em um bom momento e temos que aproveitar para crescer planejadamente.


.gif)
PARABÉNS PREFEITURA MUNICIPAL DE FOZ , A CADA SECRETARIA UM COMPROMISSO COM A CIDADE E A POPULAÇÃO.