Nesse fim de semana especial para Foz do Iguaçu, vale destacar uma das maiores preciosidades da cidade – o Parque das Aves. Dos 109 anos da cidade, o atrativo esteve presente nos últimos 29 anos fazendo um importante papel na proteção das aves da mata atlântica.

Parque das Aves faz um importante papel na conservação dessas especies. Hoje, cerca de 1.300 indivíduos, de quase 150 espécies, vivem no Parque das Aves. Assim, mais de 50% foi resgatada de situações de maus-tratos e tráfico animal.

Mesmo com o fim de semana cheio de comemorações, o Parque estará funcionando normalmente! Aberto todos os dias das 8h30 às 16h30. Para comprar seu ingresso, clique aqui. O valor é de 80 reais, porém estudantes pagam meia-entrada, ou seja, 40 reais.

Atenção! Moradores de Foz do Iguaçu e região pagam apenas 15 reais. Não esqueça o comprovante e o RG!

Como tudo começou

Fundado no dia primeiro de novembro de 1993, o Parque das Aves é a realização de um sonho do casal Dennys e Anna Croukamp. Em 2021, a 100fronteiras teve a honra de entrevistar a fundadora que não é brasileira, e sim alemã. Na conversa, ela contou como a ideia surgiu.

”Há muitos anos, quando nós já morávamos na Inglaterra, um ex-gerente do meu marido, da África, chegou e falou: “Dennys, vamos fazer um parque de crocodilos lá em Foz do Iguaçu, perto das Cataratas do Iguaçu?” Ele perguntou: “O que é isso?” “Lá na América Latina, Brasil?” Nós nos orientamos, e meu marido disse: “Eu não gosto de crocodilos, eu gosto de aves. Vamos fazer um parque de aves, e assim aconteceu, conta Anna Croukamp.

E assim, a ideia foi se concretizando aos poucos. Dennys chegou em Foz em maio de 1993 para avaliar a possibilidade, falou com prefeito, Ibama e sociedade dos zoológicos do Brasil. Depois, ele olhou a área e conseguiu as licenças para fazer um zoológico. Quando tinha conseguido as licenças, ele comprou a área: 16 hectares de mata atlântica.

Confira a reportagem completa Bate-papo com Anna Croukamp, fundadora do Parque das Aves

No começo, as primeiras aves foram doadas, empréstimos de outros zoológicos ou foram confiscadas e enviados pelo Ibama. Já o Borboletário, que deixa os visitantes impressionados com tanta beleza, foi fundado com a ajuda de John Leggatt, amigo da família Croukamp.

O Parque das Aves inaugurou oficialmente em outubro de 1994, somente 11 meses após o desembarque da família Croukamp em território brasileiro. Porém, Dennys Croukamp mal conseguiu ver o sucesso que o Parque se tornou, tendo falecido no ano seguinte. Contudo, sua memória ainda é lembrada no seu lugar favorito, o Viveiro Aves de Rios e Mangues, onde há uma dedicação ao fundador.

Sem o parceiro de vida, Anna Croukamp continua a manter o projeto que idealizou com o marido, com a ajuda de dezenas de colaboradores. Juntos, o Parque das Aves mantém seu cuidado com diversas espécies, muitas delas, inclusive, em perigo de extinção. Por exemplo, a jacutinga, o papagaio-de-cara-roxa, o papagaio-de-peito-roxo, o mutum-de-alagoas e o cardeal-amarelo.

Papel na conservação de espécies

Ben Phalan, atual chefe de conservação do Parque das Aves, explicou em entrevista anterior a 100fronteiras, a importância de uma área especifica para a proteção das aves. Uma vez que, o cenário desses animais na mata atlântica está cada vez mais complicado devido ao desmatamento.

”A perda das florestas deixa as aves sem ter onde se abrigar, nidificar (formar ninhos) e manter suas populações, principalmente as aves que habitam o interior da mata ou que precisam de grandes extensões de habitat para a sobrevivência, como o pica-pau-de-cara-canela. Muitas vezes, os remanescentes de floresta estão distantes uns dos outros, tornando o deslocamento das aves para achar um parceiro ainda mais difícil”, afirma o pesquisador.

Confira Saiba como o desmatamento da Mata Atlântica afeta as aves