O 100fronteiras.com é um portal dedicado ao jornalismo local na Tríplice Fronteira. Com mais de 18 anos de experiência, promovemos conexão e informação relevante para a comunidade das regiões do Argentina, Brasil e Paraguai.
Nesse fim de semana especial para Foz do Iguaçu, vale destacar uma das maiores preciosidades da cidade – o Parque das Aves. Dos 109 anos da cidade, o atrativo esteve presente nos últimos 29 anos fazendo um importante papel na proteção das aves da mata atlântica.
O Parque das Aves faz um importante papel na conservação dessas especies. Hoje, cerca de 1.300 indivíduos, de quase 150 espécies, vivem no Parque das Aves. Assim, mais de 50% foi resgatada de situações de maus-tratos e tráfico animal.
Mesmo com o fim de semana cheio de comemorações, o Parque estará funcionando normalmente! Aberto todos os dias das 8h30 às 16h30. Para comprar seu ingresso, clique aqui.O valor é de 80 reais, porém estudantes pagam meia-entrada, ou seja, 40 reais.
Atenção! Moradores de Foz do Iguaçu e região pagam apenas 15 reais. Não esqueça o comprovante e o RG!
Como tudo começou
Fundado no dia primeiro de novembro de 1993, o Parque das Aves é a realização de um sonho do casal Dennys e Anna Croukamp. Em 2021, a 100fronteiras teve a honra de entrevistar a fundadora que não é brasileira, e sim alemã. Na conversa, ela contou como a ideia surgiu.
”Há muitos anos, quando nós já morávamos na Inglaterra, um ex-gerente do meu marido, da África, chegou e falou: “Dennys, vamos fazer um parque de crocodilos lá em Foz do Iguaçu, perto das Cataratas do Iguaçu?” Ele perguntou: “O que é isso?”“Lá na América Latina, Brasil?” Nós nos orientamos, e meu marido disse: “Eu não gosto de crocodilos, eu gosto de aves. Vamos fazer um parque de aves”, e assim aconteceu, conta Anna Croukamp.
E assim, a ideia foi se concretizando aos poucos. Dennys chegou em Foz em maio de 1993 para avaliar a possibilidade, falou com prefeito, Ibama e sociedade dos zoológicos do Brasil. Depois, ele olhou a área e conseguiu as licenças para fazer um zoológico. Quando tinha conseguido as licenças, ele comprou a área: 16 hectares de mata atlântica.
No começo, as primeiras aves foram doadas, empréstimos de outros zoológicos ou foram confiscadas e enviados pelo Ibama. Já o Borboletário, que deixa os visitantes impressionados com tanta beleza, foi fundado com a ajuda de John Leggatt, amigo da família Croukamp.
O Parque das Aves inaugurou oficialmente em outubro de 1994, somente 11 meses após o desembarque da família Croukamp em território brasileiro. Porém, Dennys Croukamp mal conseguiu ver o sucesso que o Parque se tornou, tendo falecido no ano seguinte. Contudo, sua memória ainda é lembrada no seu lugar favorito, o Viveiro Aves de Rios e Mangues, onde há uma dedicação ao fundador.
Sem o parceiro de vida, Anna Croukamp continua a manter o projeto que idealizou com o marido, com a ajuda de dezenas de colaboradores. Juntos, o Parque das Aves mantém seu cuidado com diversas espécies, muitas delas, inclusive, em perigo de extinção. Por exemplo, a jacutinga, o papagaio-de-cara-roxa, o papagaio-de-peito-roxo, o mutum-de-alagoas e o cardeal-amarelo.
Jacutinga (Aburria jacutinga). Foto-Parque das AvesJacutinga (Aburria jacutinga)
Papel na conservação de espécies
Ben Phalan, atual chefe de conservação do Parque das Aves, explicou em entrevista anterior a 100fronteiras, a importância de uma área especifica para a proteção das aves. Uma vez que, o cenário desses animais na mata atlântica está cada vez mais complicado devido ao desmatamento.
”A perda das florestas deixa as aves sem ter onde se abrigar, nidificar (formar ninhos) e manter suas populações, principalmente as aves que habitam o interior da mata ou que precisam de grandes extensões de habitat para a sobrevivência, como o pica-pau-de-cara-canela. Muitas vezes, os remanescentes de floresta estão distantes uns dos outros, tornando o deslocamento das aves para achar um parceiro ainda mais difícil”, afirma o pesquisador.
Ben Phalan, atual chefe de conservação do Parque das Aves