Recentemente, recebemos uma mensagem bastante peculiar em uma de nossas publicações. A matéria em questão era sobre o resgate de 158 kg de moedas nas Cataratas do Iguaçu.

Em busca de entender como é o processo de resgate dessas moedas, contatamos o Parque Nacional do Iguaçu. Surpreendentemente, ele nos contou que o uso de ímãs não é uma opção viável para essa tarefa. Ao invés disso, eles precisam usar chaves de fenda para desalojar moedas que ficam presas nos vãos das rochas. Mas por que ímãs não seriam práticos para essa tarefa?

Intrigados, decidimos ir mais a fundo na pesquisa. Descobrimos que as moedas brasileiras de R$ 1 e R$ 0,50 produzidas entre 1998 e 2001 não são atraídas por ímãs. Sim, você ouviu bem. Se tiver alguma dessas moedas em mãos, pode fazer o teste. Aproxime um ímã e veja o resultado.

A explicação para essa curiosidade é simples: essas moedas foram fabricadas com cupro-níquel (liga metálica de cobre e níquel) e alpaca (liga de cobre, níquel e zinco), ambos materiais não magnéticos. Contudo, todas as outras moedas de real, inclusive as de R$ 1 e R$ 0,50 produzidas a partir de 2002, são atraídas por ímãs.

A mudança no material das moedas ocorreu por razões econômicas. A partir de 2001, os preços da alpaca e do cupro-níquel subiram, tornando seu uso inviável. A alternativa encontrada foi substituí-los por aço inoxidável e aço revestido de bronze, materiais mais baratos. Com essa mudança, as moedas passaram a ter um brilho mais intenso e se tornaram levemente mais leves.

Por conta dessa peculiaridade, é comum que surjam boatos de que essas moedas de R$ 1 e R$ 0,50 são falsas. No entanto, uma rápida conferida no ano impresso nelas já resolve a questão: se for entre 1998 e 2001, está tudo certo.

Se tiver moedas de outros países em casa, que tal fazer o mesmo teste? Com um simples ímã, é possível descobrir um pouco mais sobre o tipo de material utilizado em sua fabricação. Seja um verdadeiro explorador e descubra quais moedas em sua coleção são atraídas pelo ímã e quais resistem à atração. É uma forma divertida e informativa de entender um pouco mais sobre a ciência e a economia por trás desses pequenos objetos do nosso cotidiano.