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Um país plurilíngue e pluricultural, uma fronteira onde as culturas se encontram. São muitos os pesquisadores que enunciam que as línguas são integração. E são. E elas nos ajudam a entender melhor a história, a cultura, nosso território. É importante fomentar o aprendizado das línguas e a sensibilização para as línguas e suas culturas na região trinacional.
Você sabia que a palavra chipá é de etimologia quéchua que significa cesto e também do aimará? Claro que chipá é uma palavra de origem Guarani, muito presente na cultura da Argentina, Paraguai e Brasil. Uma palavra e três países muito presentes.
O arroz, uma comida muito presente na mesa dos brasileiros, é de origem árabe, a palavra é uma adaptação do conceito original árabe, ar-ruzz. E o termo sânscrito no qual chamamos grãos de areia, sakkar, se transformou no persa shakkar e resultou na palavra árabe as-sukar. Por isso, o produto doce da cana-de-açúcar foi batizado assim por sua semelhança com grãos de areia.
E outro elemento muito importante na culinária brasileira, como o café, também é de origem árabe: café: do árabe qahwa. Um cafezinho com raspas de limão fica delicioso! E limão é outra das palavras de origem árabe: do árabe laymūn.
E quem não conhece o mingau? Palavra de origem tupi que significa: “emi”. E quem não viu uma capivara no Refúgio Biológico? Capivara é de origem tupi Guarani: “kapii’ guara”. Em espanhol usamos muito a palavra barulho, em espanhol barullo. Fazer ruído. A língua sempre é ruminante, ela faz ruído, barulho, quando se misturam formam um som único.
Quando se misturam, promovem a integração dos ruídos e barulhos. E em nossa fronteira percebemos isso em cada canto das cidades. As línguas sempre estão presentes, é importante prestar atenção às palavras e como elas se constituem pois também formam parte de nossa identidade.
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Jorgelina Tallei
É Doutora em Educação (FaE) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Possui Licenciatura em Letras pela Universidad Nacional de Rosario (2003), Mestrado em Letras - Língua Espanhola e Literatura Espanhola e Hispano-Americana pela Universidade de São Paulo (2010) e Mestrado Profissionalizante na Área de Novas Tecnologias, pelo Instituto Universitario de Posgrado (Espanha). Atualmente é Professora de Língua Espanhola como língua adicional na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) no Ciclo Comum de Estudos. Tem interesse nas áreas de ensino de espanhol, fronteira e interculturalidade e línguas em contato.