A região da Tríplice Fronteira vive um alerta preocupante: cidades paraguaias lideram os casos de dengue, enquanto Foz do Iguaçu no Paraná e Puerto Iguazú em Misiones na Argentina enfrentam um aumento significativo da doença. O Departamento de Alto Paraná, com destaque para Ciudad del Este, registra mais de 500 casos confirmados, sendo cerca de 400 concentrados nas áreas metropolitanas de Hernandárias, Presidente Franco e Minga Guazú, conforme dados da 10ª Regional de Saúde.

Segundo o último Boletim Epidemiológico Nacional divulgado nesta semana, Misiones teve 687 novas notificações em uma semana; e 4.224 casos desde o início da temporada epidemiológica. Destes últimos, prevalece a circulação indígena com 4.216 casos e apenas oito importados. Até o momento, 11 mortes pela doença foram notificadas pelo Ministério da Saúde de Misiones.

Em Foz do Iguaçu, do lado brasileiro, a Secretaria Municipal de Saúde reporta 6.961 notificações e 359 casos confirmados. A maioria dos casos é de dengue com sintomas leves, mas preocupam os 24 casos com sinais de alarme e 2 casos graves.

A diretora da Décima Região de Saúde do Paraguai, Noeli Torres, alerta que a situação está se agravando em Alto Paraná, com foco entre Ciudad del Este e municípios vizinhos. Ela destaca a necessidade urgente da colaboração da população na eliminação do mosquito Aedes aegypti. Os números indicam 262 casos em Ciudad del Este, 75 em Hernandarias, 49 em Presidente Franco e 32 em Minga Guazú.

Noeli Torres ressalta a importância da limpeza nos quintais e de locais que acumulam água, apontando que a falta de ações colaborativas nos bairros tem contribuído para o aumento de casos.

Com notificações diárias entre 200 e 250, os casos suspeitos são comunicados ao Serviço Nacional de Erradicação e Malária (SENEPA). A diretora destaca que a febre tem aumentado nas clínicas, sendo um sintoma crucial da dengue, o que gera alerta para bloqueio da área de residência do caso suspeito.

Torres enfatiza ainda a necessidade da colaboração na prevenção, contrastando com a situação da Covid-19. Embora haja casos da doença, ela ressalta a vantagem de vacinas disponíveis, incentivando as pessoas a se imunizarem.

Diante do cenário crítico, a colaboração coletiva é a chave para reverter o quadro e evitar uma escalada ainda maior de casos de dengue na fronteira entre o Brasil,  Paraguai e Argentina.