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A Usina Hidrelétrica de Itaipu acaba de receber seus dois primeiros cães-robôs, marcando um avanço significativo em suas operações de segurança e tecnologia. Estes são os primeiros modelos do tipo Spot a operar no Brasil.
Resultado de um convênio entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), a chegada destes robôs representa uma nova era para a indústria brasileira, que agora abraça a integração da 5ª geração móvel em suas atividades.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, explica que o objetivo da parceria da Agência com o PTI é elaborar, para cada cenário de aplicação, um modelo de negócio com a demonstração de desempenho da tecnologia e seu retorno sobre o investimento.
A intenção da Agência é fomentar a adoção de tecnologias baseadas na conexão 5G pela indústria nacional
Localizada em Foz do Iguaçu (PR), a Itaipu Binacional já é reconhecida globalmente por sua eficiência. Agora, com a inclusão dos robôs, espera-se otimizar ainda mais as ações rotineiras, como a inspeção de áreas críticas e de difícil acesso.
Estes robôs, com sua estrutura de quatro pernas altamente articuladas e equipados com tecnologia de ponta – que inclui inteligência artificial, câmeras, microfones e sensores – prometem transformar as operações da usina.
Com a tecnologia 5G, a capacidade de resposta destes cães-robôs é incrivelmente ágil. Eles serão capazes de responder imediatamente a comandos de monitoramento e identificar rapidamente quaisquer anormalidades nas áreas monitoradas.
Além de representar uma economia significativa para a usina, a iniciativa destaca uma consideração fundamental: a segurança. Com a implementação dos cães-robôs, riscos à vida humana em operações mais arriscadas podem ser minimizados.
O próximo passo será a série de testes com foco na transmissão instantânea e em tempo real dos dados que guiarão os robôs. Estes testes, feitos em parceria com o PTI, visam validar a conexão dos equipamentos com a rede 5G privativa do parque tecnológico. Eles abordarão aspectos como conectividade, alcance, compatibilidade infraestrutural e avaliação completa das funcionalidades das unidades.
Diferentemente de robôs com rodas ou esteira, que se movem lentamente e têm mal desempenho em superfícies de cascalho, por exemplo, os modelos utilizados em Itaipu têm grandes vantagens: além de serem mais rápidos, têm capacidade de se deslocar em praticamente qualquer terreno.
Controlados por meio de um tablet, têm navegação fácil e intuitiva, 14kg de capacidade de carga, operação com replanejamento dinâmico em torno de obstáculos e autocorreção, em caso de queda.
A adaptabilidade a qualquer terreno faz diferença em usinas com equipamentos espalhados em grandes áreas nas quais haja travessias de uma parte a outra com a ocorrência de pilhas de pedra, níveis divididos, escadas de malha de metal e superfícies de concreto e asfalto.
Com o uso de microfone e câmera para detecção dinâmica (inclusive em infravermelho e termografia), entre outros periféricos, os cães-robôs podem ser utilizados em operações manuais e missões autônomas, do chão de fábrica a canteiros de obras, laboratórios de pesquisa, centrais elétricas, polos petroquímicos, plantas de processamento de gás e outros locais complexos e potencialmente perigosos, marcados por equipamentos que precisam ser continuamente monitorados e inspecionados.
Em todos os casos, podem ser programados para fornecer informações sobre a integridade do local e situações potencialmente perigosas por meio de inspeção térmica, leitura de medidores e detecção de gás, de vazamentos e de anomalias de ruído.
Protagonistas do estudo de viabilidade técnica/econômica promovido pela ABDI sobre a implementação de tecnologias no setor de utilities de infraestruturas críticas, as funções dos cães-robôs ultrapassam as rotinas das usinas de produção: o equipamento também é capacitado para cumprir o papel de “socorrista” em resgates de emergência, inclusive em áreas com escombros, por meio da coleta de informações visuais prévias e vitais para a preparação de equipes de resposta humana.