Tudo sobre o Parque Nacional do Iguaçu em Foz do Iguaçu

Não tem como falar das Cataratas do Iguaçu sem dar um destaque especial ao Parque Nacional do Iguaçu onde as quedas estão localizadas. Reconhecido como patrimônio natural mundial, o parque preserva extensa área da Mata Atlântica, promovendo ações de educação ambiental e sociais ao longo dos 14 municípios do qual o Parque faz parte. Além disso, parte do Parque Nacional se estende ao país vizinho Argentina. 

Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela administração das unidades de conservação federais do Brasil, desde 1999 o parque conta com gestão concessionada dos serviços de visitação turística. 

Atualmente a concessionária Urbia Cataratas S.A. é responsável pela gestão turística da unidade de conservação.

Biodiversidade

Ao todo são mais de 185 mil hectares de mata que abriga uma riquíssima biodiversidade, incluindo espécies raras e ameaçadas de extinção. Para se ter uma ideia da importância da conservação, a maior população de onças-pintadas da Mata Atlântica está nos Parques Nacionais do Iguaçu e Iguazú. 

De acordo com a concessionária que administra o Parque em Foz do Iguaçu, a população de onças-pintadas, que é o símbolo do Parque Nacional do Iguaçu, cresceu cerca de 70% nos últimos anos. O parque representa atualmente 80% das florestas remanescentes do Paraná, onde vivem, aproximadamente, 24 onças-pintadas, sendo a única população crescente nesse bioma.

Para isso, existe o Projeto Onças do Iguaçu que tem como missão a conservação da espécie. O projeto conta com diversos apoiadores e trabalha em conjunto com a população local para manter o bem-estar dos animais.

Com uma importante fauna, até o início deste ano haviam 158 espécies de mamíferos, 390 de aves, 48 de répteis, 12 de anfíbios, 175 de peixes e pelo menos 800 de invertebrados. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, foram verificadas dez espécies da fauna com status de conservação “Em perigo”, como a Puma concolor (onça-parda) e Panthera onca (onça-pintada), e 13 “Vulneráveis”, como Alouatta guariba (guariba), Mazama nana (veado-bororó), entre outras.

Só de aves, o parque possui mais de 340 espécies, muitas raras e ameaçadas de extinção, o que torna a atividade de “passarinhar” em Foz do Iguaçu, Serranópolis, Céu Azul e Capanema muito atrativa. Até o momento, a unidade tem 27 condutores credenciados.

Já no que diz respeito à flora, o parque é coberto pela Floresta Estacional Semidecidual (FES), do tipo Submontana na região Central e Sul, e Montana mais ao Norte. Apresentam elevada importância na floresta as espécies de peroba-rosa e palmito-juçara. Quanto à diversidade, foram identificados até o início do ano 761 angiospermas, 16 pteridófitas e 464 espécies de fitoplâncton. De acordo com a Lista Vermelha da IUCN, 16 espécies possuem o status “Em perigo”, como a Aspidosperma polyneuron (peroba-rosa) e Araucaria angustifolia (araucária), e sete “Vulneráveis”, como o Euterpe edulis (palmito-juçara) e Apuleia leiocarpa (garapa ou grápia).

Além da extensa área verde, o Parque Nacional do Iguaçu é cortado pelo Rio Iguaçu, que depois de cruzar todo o estado do Paraná, desemboca nas Cataratas do Iguaçu. 

História

O Parque Nacional do Iguaçu foi criado em 10 de janeiro de 1939, por meio do Decreto-Lei n.º 1.035, do então presidente da República Getúlio Vargas. Isso ocorreu graças a uma visita de Alberto Santos Dumont à cidade que viu as Cataratas e viajou até Curitiba para solicitar ao então presidente do estado na época, Affonso Camargo, que o local se tornasse público. 

Anos mais tarde, em 1986, o parque recebeu o título de Patrimônio Mundial Natural, concedido pela Unesco. Além disso, em 2011, por meio de voto popular do mundo todo, as Cataratas do Iguaçu, localizadas no interior da unidade de conservação, receberam o título de Maravilha Mundial da Natureza.

Turismo sustentável 

No ano de 2023 o Parque Nacional do Iguaçu completou 84 anos e hoje é consolidado como referência na conservação da natureza e no turismo sustentável no mundo. 

Anualmente o parque, que é um dos mais visitados do Brasil, recebe turistas do mundo todo para conhecer principalmente as Cataratas do Iguaçu. Mas mais do que apenas o turismo de lazer, o parque protege uma área de 185 mil hectares de Mata Atlântica e realiza diversas ações socioambientais, atuando como um grande laboratório a céu aberto, potencializando esforços em favor da conservação por meio de incentivo às pesquisas. 

Para se ter uma ideia de sua importância, anualmente, o parque atende, em média, mil instituições de ensino, apoiando mais de 30 mil alunos, professores e pesquisadores. Grande parte dos trabalhos científicos relacionados ao parque, cerca de 600, é sobre sua biodiversidade. Um exemplo são as últimas pesquisas sobre borboletas, que revelam um número de 800 espécies, algumas ainda não catalogadas.

Localização

O Parque Nacional do Iguaçu está localizado no estado do Paraná e, em seus 420 quilômetros de extensão, abrange 14 municípios que compõem sua microrregião geográfica: Capanema, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia, Lindoeste, Santa Tereza do Oeste, Diamante D’Oeste, Céu Azul, Matelândia, Ramilândia, Medianeira, Serranópolis do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Foz do Iguaçu. 

Em sua porção sul, o parque limita-se em mais de 60 km com o Parque Nacional Iguazú, em Puerto Iguazú, na Argentina, integrando importante contínuo biológico do centro-sul da América do Sul.

A principal via de chegada às Cataratas é a BR-277, que corta o estado do Paraná no sentido leste a oeste, conectando o Porto de Paranaguá com a Ponte Internacional da Amizade. 

Todos os municípios limítrofes ao parque possuem rodoviárias. A região conta com dois aeroportos: o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e o Aeroporto Municipal de Cascavel. Já Puerto Iguazú, na Argentina, também tem um aeroporto internacional (Aeroporto Internacional Cataratas del Iguazú).

Para saber mais informações acesse o site do Parque Nacional do Iguaçu.