A segunda edição do programa Clube 100fronteiras na rádio Clube 100,9 FM trouxe o arquiteto Leandro Costa para falar sobre as novas tendências pós-pandemia na arquitetura e dos desafios da hotelaria
Com a chegada da pandemia e o trabalho em home office muita coisa mudou e com essas novas mudanças na rotina das pessoas a arquitetura também precisou se reinventar. E foi sobre isso que o arquiteto Leandro Costa falou em entrevista ao Clube 100fronteiras, o mais novo programa de entrevistas semanal de Foz do Iguaçu.

Apresentado pelo redator-chefe da 100fronteiras, Carlos Grellmann, juntamente com o editor Denys Grellmann, mediado pelo locutor da Clube FM, Moacir Dalla Palma, o convidado Leandro foi questionado sobre como será o novo momento da arquitetura no pós-pandemia. O arquiteto destacou que tem acompanhado e participado de muitos debates sobre o tema. “Tenho participado e ouvido muito sobre o que as pessoas que são importantes no meio de arquitetura e da hotelaria tem falado. A arquitetura vai passar por um processo de ressignificação, onde será preciso repensar os espaços como a nossa casa e nosso ambiente de trabalho, vimos que muitas de nossas necessidades mudaram e isso impacta diretamente em nossa vida, assim não tem como os profissionais de arquitetura ficarem de fora desse processo de criação”, explica.
Costa destaca também que a primeira questão é vencer o medo desse novo momento que estamos vivendo. “Percebo que o comércio principalmente já está aderindo às mudanças. E quem precisa fazer isso também são os hotéis e pontos turísticos, porque somos uma cidade turística e precisamos passar segurança, para que as pessoas queiram visitar a cidade futuramente. Por isso os pontos turísticos e a rede hoteleira devem se preocupar com essa segurança. Eu estou quase finalizando a minha especialização na área de hotelaria e já percebo que os hotéis estão preparados para isso, para a questão da segurança sanitária”.
Um dos exemplos que foi comentado na entrevista é do Recanto Cataratas Thermas Resort em Foz do Iguaçu, que atualmente possui o selo “ready 4 you”, que está presente nas dependências do resort. Garantindo segurança, conforto, saúde e diversão para os hóspedes, tudo isso seguindo um amplo protocolo de higiene e proteção.
“Os hotéis já tomavam todas as medidas de higiene e cuidados, mas não era comunicado para os hóspedes. No entanto agora deve ser enfatizado, deve ser o cartão de visita dos hotéis”, destaca o arquiteto.
Mudanças na estrutura dos hotéis
Leandro destaca também que além da higienização, os espaços dentro dos hotéis sofrerão mudanças. “Os mobiliários dos quartos deverão ser o mais leve possível, para que as camareiras possam remover com facilidade e fazer a higienização. O hotel precisa estar ciente disso, para facilitar o trabalho dos colaboradores na limpeza”.
Outra questão que ele destaca é com relação ao café da manhã do hotel, que agora Leandro acredita que será nos quartos, já que as pessoas procurarão por segurança e distanciamento social. Assim, segundo ele, os hotéis deverão investir no marketing do café da manhã no quarto e também reaproveitar os amplos espaços onde antes se encontravam as mesas para o café da manhã.

Ainda falando de hotéis, o entrevistado e os mediadores debateram sobre a importância de valorização dos moradores locais, que agora serão o principal público dos hotéis, já que os turistas internacionais estarão impossibilitados de vir devido a falta de voos. “Eu estive analisando que em hotéis em São Paulo, os hóspedes estão sendo os casais que se separaram na quarentena e também os moradores locais, que buscam uma distração do ambiente em casa, pois estão cansados de ficarem em suas casas e encontram nos hotéis o lazer”, destaca Leandro.
Tudo isso gerará uma maior valorização do turismo local por parte dos moradores. “Será uma forma de marketing espontâneo do destino, porque aqui em Foz, por exemplo, quando o iguaçuense conhece o local onde vive, ele divulga o destino. E agora é o momento dos iguaçuenses visitarem os pontos turísticos e se hospedarem nos hotéis da cidade para poder gerar esse marketing espontâneo e os locais precisam estar preparados para receber o turista local”.
Escritório CostaFizinus
O arquiteto também falou da experiência pessoal do escritório CostaFizinus que possui 16 colaboradores e teve que migrar para o trabalho em home office durante a quarentena. “Quando passamos a trabalhar de casa tínhamos muitos projetos em andamento e prazos para a entrega dos trabalhos e isso nos preocupou. Mas o que me surpreendeu é que minha equipe estava preparada para esse trabalho em home office. A produtividade foi melhor em casa do que quando trabalhavam no escritório. Agradeço demais a Deus por isso e pela equipe que temos. Estamos em constante desenvolvimento para passar por esse momento. Além disso, a construção civil praticamente não parou na pandemia e estamos trabalhando praticamente da mesma forma que estávamos antes”.

Ele aproveitou o momento para destacar a importância das pessoas se adaptarem às crises, porque elas sempre vão existir e que devemos saber usar a tecnologia a nosso favor, porque agora ela se tornou mais essencial do que nunca. “Na arquitetura quanto mais tecnologia as edificações terem melhor será daqui pra frente. Questões como a porta abrir automaticamente sem precisar tocar, o porteiro manter um contato por telefone com os moradores, sem que haja necessidade de presença física, o elevador estar te esperando com o andar que você deseja, sem que você precise apertar o portão, enfim coisas nesse sentido. Porque esse tipo de tecnologia será mais vivenciado daqui pra frente, o futuro da tecnologia é agora”, finaliza.
Serviço:
Toda quarta-feira, 11 horas
Programa Clube 100fronteiras
Rádio Clube 100,9 FM