Capa da edição deste mês de Casa Vogue, o apartamento idealizado pela arquiteta Patricia Anastasssiadis marca a volta da profissional à arquitetura residencial, que havia tempos não praticava.

Embora o design de mobiliário e os projetos internacionais de hotelaria tenham se tornado, na última década, dois grandes eixos do seu trabalho, um lema permeia tudo o que é de sua autoria: “Apenas a escala muda”. Frente a essa máxima, para a arquiteta, o trabalho do profissional de arquitetura envolve orquestrar as relações entre a cidade, a rua, o edifício e o morador.

Em uma rua tranquila do bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo, o imóvel de 350 m2 pertence a um casal de empresários brasileiros que se divide entre temporadas em Londres e no Brasil. Em comum acordo, ambos decidiram que à medida que a temperatura começasse esfriar em um continente, era hora de partir para outro, e assim tem sido feito.

A localização do imóvel foi o elemento-chave do encantamento. “A planta e a luz são ótimas, a vista é absurda, não parece que você está em São Paulo, e sim flutuando sobre as árvores. O fato de Patricia ter projetado também o prédio e possuir um corpo de trabalho que admiramos, além de ser uma pessoa acessível, que escuta suas necessidades e contorna os problemas com muita gentileza, nos levaram a escolhê-la para os interiores”, conta Beatriz, proprietária.

Um aspecto importante desta obra é mencionado pela arquiteta: este é o primeiro projeto com envolvimento de seu filho, o arquiteto Felipe Anastassiadis. “Foi a primeira vez que peguei um processo inteiro, da concepção até a acomodação das flores no vaso”, aponta Felipe.

Casa Vogue traz projeto residencial de Patricia Anastassiadis
Foto: Fran Parente.

Diante de uma coleção com obras de Alfredo Volpi, Lygia Pape, Tarsila do Amaral, Waltercio Caldas e Richard Serra, a turma do Anastassiadis – que inclui a arquiteta e sócia, Priscila Raffaini Payá, à frente dos projetos de interiores do escritório – foi precisa na composição com o design autoral. “Eles têm apreço pelo vintage, gostam do mobiliário dos anos 1970 e da estética japonesa contemporânea. Procuramos trazer personalidade e sugerimos o desenho de Isamu Noguchi para as luminárias. Não conheciam e viraram admiradores”, conta Felipe.

“Existe esse empenho em abrir o olhar dos moradores para a ideia de que a casa deve refletir o espírito da vida deles”, explica Patricia. Mais do que a entrega de um projeto, o que importa, para ela, é a atualização corrente de ideias. “Uma linha coesa nos traz a peça certa, não 300 opções. Esse caminho cansa, mas nos torna mais fortes”, finaliza.

A matéria na íntegra pode ser conferida em Casa Vogue de maio, disponível nas bancas de todo o país e em versão digital. 

Casa Vogue traz projeto residencial de Patricia Anastassiadis
Foto: Fran Parente.

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