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Como a onipresente vida digital tem inspirado e sugestionado o décor e a arquitetura

Faz tempo que digital e virtual são parte indissociáveis do mundo real. Instagram, Facebook, YouTube e, mesmo o novato TikTok, integram a rotina de relacionamento das pessoas. Multiverso e metaverso são o “futuro” da vez, por enquanto. Não à toa, as barreiras entre on e off-line tornam-se cada vez mais sutis, com as pessoas estando “lá” e “cá” praticamente ao mesmo tempo, independentemente do tipo de tela acessada – smartphone, notebook ou TV.

E se tudo vira cena, natural que a casa das pessoas ganhe ares de set de filmagem. É sobre isso a reportagem central da edição de fevereiro, que destaca o universo das telas. Nela, Casa Vogue investiga como essa incessante encenação da vida privada altera a maneira de pensar arquitetura e decoração residencial. Não raro, designers de interiores veem-se diante do desafio de projetar “espaços instagramáveis”.

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Se, por um lado, a demanda oferece uma dose de liberdade para a criação de ambientes com certa carga dramática, por outro há um risco de reduzir a concepção de um espaço à mera produção de imagens. Como lembra Fábio Mota, sócio do Todos Arquitetura. “As redes sociais privilegiam o olhar, mas esse é apenas um dos sentidos. É preciso pensar os interiores de forma multissinestésica”, conta.

“O fenômeno de criar algo marcante e que chame a atenção – o espaço instagramável – é uma tendência na decoração de interiores e na arquitetura como um todo, desde edifícios até exposições”, diz o arquiteto Sergio Lessa, professor e coordenador de pós-graduação no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Inclusive, este fascínio do público com imagens de decoração na internet foi analisado pela Deloitte nos Estados Unidos: 40% dos americanos são influenciados pelas mídias sociais ao escolher móveis ou reformar a casa. Entre os millennials (ou geração Y), nascidos entre 1981 e 1996, o número chega a 60%. “As pessoas não deveriam buscar por ambientes instagramáveis para suas casas, e sim por espaços de qualidade – fazer sucesso no Instagram vai ser um resultado disso. Se não, corre-se o risco de colocar coisas supérfluas que não fazem sentido, tornando o projeto insustentável”, opina o arquiteto André Scarpa.

Para o professor Lessa, sem refletir a história e a essência do morador, a decoração se torna apenas um modismo. E, quando se trata de modismo, o ciclo de vida do produto dura só até a próxima tendência chegar – situação crítica quando se pensa em móveis, que empregam muita matéria-prima e são volumosos.

Fonte: a4&holofote comunicação

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