Esse invento-passatempo, que muitos praticam, para conhecimento e lazer, amplamente conhecido, tem sua origem engraçada. Segundo a Enciclopédia Enigmática (aí vem outro passatempo, a carta enigmática), de Irineu Villas Boas, nasceu numa cela de prisão, na cidade de Cabo, África do Sul.

Consta que um casal que vivia na Inglaterra, no século passado, se propôs a comemorar uma data qualquer num jantar e depois de embriagado, o marido chamado de Victor Orville, resolveu dirigir, pois não havia ainda a regra do bafômetro e sofreu um acidente, que vitimou sua mulher. Dizem até que ele passou o volante para um empregado, mas de qualquer forma, foi o responsável e assumiu o acidente, sendo condenado, pelo fato, a alguns anos de prisão.

Algum tempo prisioneiro, resolveu pedir transferência para a África do Sul, que à época ainda era colônia inglesa. Em lá chegando, ficou na cela número 132 e para passar o tempo começou a traçar linhas horizontais e verticais, preenchendo-as com palavras aleatórias, que chamaram a atenção, muitos o identificando como louco. Mas um médico, vendo a insistência na produção de linhas e linhas, resolveu investigar e viu que o homem não era debiloide coisa nenhuma e passou a praticar o exercício dessas palavras cruzadas também. E daí a coisa se propagou.

Saindo da prisão, pouco tempo depois, um jornal se interessou pelo assunto e começou a publicar as linhas traçadas pelo ex-prisioneiro, concedendo-lhe um bom valor em dinheiro.

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E confirmam que o costume pegou e o criador da ideia ganhou muito dinheiro. No entanto, ao morrer, quem ficou com a grana foi sua criada de muito tempo, e, claro, no seu epitáfio, mandou gravar  uma série de palavras cruzadas.

Esse relato também está registrado no Livro das Curiosidades, de Valmiro Rodrigues Vidal, ed. Conquista, 1965, para conferir. No entanto, se souber uma história melhor sobre a origem das  palavras cruzadas nos remeta para o registro histórico e para contar como realmente aconteceu.

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Eucardio Antonio De Rosso, é Jornalista e escritor.

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