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Há muito tempo, a mulher era dita como a responsável pela casa; cuidar dos filhos, fazer comida, deixar tudo limpo e muito mais. Com o tempo, a mulher foi finalmente ganhando uma liberdade real, tendo mais autonomia profissional, educacional, financeira e amorosa. 

Mas, infelizmente, o cenário de continuar cuidando da casa e da família, continuar trabalhando e ainda estudar, é muito real para mulheres no mundo inteiro. Conheça a tripla jornada de trabalho da mulher, um problema pouco falado sobre.

O problema da tripla jornada de trabalho da mulher

É um desafio atual conseguir conciliar todas as responsabilidades, seja no trabalho ou em casa, sendo uma jornada de trabalho difícil para qualquer um. Contudo, esse enorme peso acaba por cair mais no colo da mulher.

A situação só piora pois, além de manter a casa e a família, a mulher tem que trabalhar tão mais quanto o homem.

Vamos por partes, explicando e mostrando o tamanho do peso que a mulher carrega em cada esfera social, dando uma geral na problemática da tripla jornada de trabalho da mulher,

Familiar

Como já dito antes, era esperado que a mulher cuidasse de tudo referente a casa; ela tinha que acordar cedo, fazer café, arrumar toda a casa, ir ao mercado e, acima de tudo, manter a “postura” esperada de uma mulher. Ainda mais a submissão esperada ao marido, devendo estar sempre disponível para todas as suas vontades.

Hoje em dia, esse quadro social mudou bastante, felizmente! Mulheres hoje têm mais liberdade familiar, com as tarefas sendo igualmente divididas entre todos da casa, como é o caso da advogada Vanessa Jacoby Schumann, daqui de Foz do Iguaçu.

Em uma família de quatro pessoas, pode surgir uma bagunça, mas Vanessa e seu marido Leandro conseguem coordenar. Apesar de cuidar da casa e dos filhos, seu marido a ajuda em todas as responsabilidades, estando presente nas funções da casa e com os filhos.

Com a pandemia, ambos estão trabalhando de home office, e o trabalho dentro de casa aumentou ainda mais. Porém nesses últimos dois anos de crise, a casa continua de pé exatamente por causa do trabalho em equipe de toda a família.

Uma ótima ideia é distribuir as tarefas de casa entre todos os moradores, assim o peso não fica apenas para uma pessoa. Foto/Desenho: Pixabay

O caso de Vanessa é um bom exemplo de uma boa dinâmica familiar, onde todos ajudam no que conseguem e trabalham como equipe, mas isso infelizmente não acontece para todas as mulheres. Isso acontece por variados motivos pois a vivência de todos não é igual, as adversidades sociais e econômicas são diferentes, ou a mulher mesmo decidiu não percorrer o caminho familiar.

Educacional

Muitas mulheres escolhem outras direções na vida, como o foco na sua educação. Por muito tempo, a educação feminina foi dita como não necessária pois “uma mulher que sabe muito é mulher atrapalhada, para ser mãe de família, saiba pouco ou saiba nada”, chocante né? Essa ideia era disseminada antigamente, e muitas frases parecidas eram ditas nas literaturas portuguesas. 

O Brasil, por ter sido uma colônia de Portugal, acabou por ter essas ideias implantadas na sociedade logo após seu descobrimento, em 1500. As reais mulheres brasileiras, assim como escravas trazidas para o país, foram obrigadas a seguir apenas o que o homem dizia.

Outro fato perturbador é que, de acordo com as leis portuguesas antigas, todas as pessoas do sexo feminino, juntamente com crianças e doentes mentais, faziam parte do “imbecilitus sexus”, ou sexo imbecil.

A educação é um direito para todos. Foto: Pixabay

O acesso de mulheres à educação é essencial ao mundo inteiro. Mas ainda não é uma realidade, em especial aqui no Brasil. De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, apenas 34% das mulheres têm mais probabilidade de se formar em um ensino superior. E também, apenas 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres, de acordo com o Instituto de Estatísticas da UNESCO.

Por muito tempo, foi assim que o mundo seguiu, desprezando mulheres apenas por ter dois ‘x’ em seu DNA. Para explicar o que levou a isso, essa matéria viraria um livro então vamos seguir em frente, mas eu, Mariana Costa, como mulher, estudante e profissional, peço e apoio que, quem quer você seja, pesquise sobre a história feminina no Brasil e no mundo.

Profissional

Nesse ponto, já está cansativo falar que antigamente, a mulher não recebia nenhum tipo de apoio para algo que hoje em dia é normal; trabalhar. No início do século passado, o marido devia ser o único provedor do lar, sustentando a família, ou seja, a mulher não devia ter seu próprio dinheiro.

Com a guerra e a ida dos homens para os campos de batalha, a mulher da casa teve que se reinventar para continuar mantendo a família. Elas assumiram o negócio dos homens, além de continuar com o trabalho de cuidar da casa e da família. 

Então, com a consolidação do capitalismo na sociedade, as mudanças vieram para a mão de obra feminina. Ocorreu uma organização do trabalho feminino, fazendo as mulheres poderem trabalhar em fábricas, ainda mais com o desenvolvimento tecnológico e intenso crescimento da maquinaria.

Durante a segunda guerra mundial, as mulheres foram encorajadas a participar da produção de guerra em fábrica, mas virou um ícone feminista. Arte original de J. Howard Miller, foto de SMITHSONIAN Magazine.

Crescimento no mercado de trabalho

Foi na década de 70 que as mulheres começaram a ganhar mais espaço no mercado de trabalho, realmente, e esse fenômeno vem crescendo a cada dia no mundo inteiro. Mas apareceram outros problemas com isso.

Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, veio também a discriminação. Por ter nascido e se conformado como mulher, ela tem um salário diferente pelo mesmo cargo que um homem tem, e ela também sofre, muitas vezes, de assédio de colegas de trabalho num local onde deveria ser seguro e pacífico.

A problemática da desigualdade de salário entre homens e mulheres vem diminuindo, mas ainda sim é uma questão muito importante. De acordo com um estudo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), as mulheres recebem 77% do salário dos homens no mesmo cargo.

Protesto em 2019 na Suíça por igualdade salarial. Foto: G1, Denis Balibouse/Reuters

Essa diferença também aumenta em cargos de gerência, que é difícil encontrar uma mulher também! Apesar delas serem 41% da força de trabalho do Brasil, apenas 24% ocupam cargos de gerência. Adicionando ai a desigualdade de salário, é um prato cheio de discriminação.

Por que é importante falar sobre?

A presença das mulheres na sociedade num geral, é de extrema importância, mas muitas não recebem os créditos, o mérito de não parar nunca, estar sempre cuidando da casa e dos filhos, continuar mantendo a “postura” esperada pela sociedade que, sinceramente, não importa nem um pouco, e de trabalhar e continuar em progresso em todos os sentidos. 

A tripla jornada de trabalho para uma mulher é cansativo, assim como para qualquer ser humano. A mente não consegue acompanhar a bagunça do dia a dia, podendo ficar irritada e cansada mais facilmente, assim como para o físico, que vai chegar uma hora que não irá aguentar mais. Para muitas, esse trabalho excessivo não é nem mesmo uma opção.

É necessário que, dentro de casa, haja uma conversa sobre prioridades e trabalho em equipe, assim como acontece na casa da advogada Vanessa Jacoby. Cooperação, comunicação e respeito, por si mesmo e pelos outros, é a chave para uma harmonia indescritível.

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