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Coletivo Duas Marias

Na trama ilusória do tempo, o Ser Feminino personifica e protagoniza histórias arquetípicas de seres mitológicos; deusas, santas e pecadoras do submundo que alcançam, no mundo dito real, a essência de mulheres comuns; absolutas herdeiras do fazer com as mãos e do tecer com o ventre, obras por amor. Assim, essa força “ad infinitum” rompe fronteira sem limites, imateriais, dos liames engendrados pelo destino.

A arte do Coletivo Duas Marias, neste momento, olha para Eva, Freya, Maria… para, por meio do seu próprio carretel mágico, desvelar e revelar ao Sagrado Feminino todo seu êxito inventivo em êxtase com a Criação. Contam as artistas que “na mitologia, em que as Moiras, senhoras do nascimento e da finitude, teciam a vida da humanidade utilizando o fio do destino, a forja do tempo fez surgir o Ser Feminino, que se apropria eternamente deste “Fio”, em busca do seu Santo Graal: sua própria soberania”.

O que se oferece ao público é uma ode às mulheres! Hábeis cocriadoras em modelar, vigorosamente, a longa trança vital em gomos sinuosos do Saber Manifesto. Sacerdotisas despertas e atentas ao princípio, meio e fim; aparadoras das rebarbas ainda desalinhadas da tecitura principal… do filete que ressoa em uníssono com a malha magnética infinita.

O curador Brugnera assim percebe a dimensão desse trabalho: “Tal qual as Parcas tecendo a carne humana, o Coletivo Duas Marias nos apresenta o destino; a sequência da existência num tempo que atravessa o presente, rege a consciência anterior e o inimaginável aguardado. Linha consciente da vida”!

Semear

Aprender sobre a semeadura, ainda em tenra idade, é formar consciências integrativas em busca de cuidados com o planeta Terra que restaurem as trocas justas. Por meio dos invólucros vitais lançados à superfície a oxigenar nossa biosfera, multiplicam-se os alvéolos verdes desse equilíbrio, nossas árvores nativas.

A performance artística “Semear”, concebida por Daniela Soares, caminha nessa direção ao resgatar a ternura do cultivo em suporte à “Mãe Terra”. Envolve a arte contida na modelagem do barro-semente e a difusão pelas mãos das crianças de futuras árvores ao habitat do coração-floresta. Pequenas mãos compreendendo que plantio, cultivo e colheita são a sinergia que harmoniza os reinos; empenhando-se, assim, para que tudo que necessite de força e nutrição possa vir à luz. Como bem pontua a artista, “a sociedade que semeia a consciência ambiental faz o futuro do planeta germinar no coração das crianças”. O aprendizado aqui é global e curativo ao expandir significados para o amor nessa ação que vitaliza, sustenta e gera reais frutos criativos.

As reflexões do curador Brugnera são sobre “a primeira infância e a semente em espera… Aproximação da inocência em face à natureza faz pulsar forte e eterno os corações… Um benefício sem precedentes aos seres vivos… Um caminho mais íntegro a seguir sinalizado pelo encontro, pela integração saudável do ser ao meio, pela junção sensível que a arte promove entre as coisas vivas e as que estão por vicejar. A arte salva”!

Cenário

A terra percebida pelo céu é palco intenso… Coreografias ancestrais ainda ecoam e, a todo instante, novos atos são incorporados com graça. Verticalizar o olhar para se conceber o macro, mirar o infinito, olhar para a terra e recriar possíveis mundos é busca intrínseca ao ser; ora admitindo a limitação de seus conceitos, ora simplesmente existindo perante o Cosmos.

O artista, com seu lastro imaginário, cocria cenários com realidades próprias, prometendo ir além da matéria em suas partículas ao adentrar terreno puro, dançante e efêmero, desvinculado da razão cartesiana. Hugo Aveta, em sua obra, faz capturas de composições mínimas, delineadas por paisagens e coordenadas de um universo micro que, por ser transitório, recria e desagrega, deixando assim que o macro absorva tais experimentos.

Para o curador Brugnera, o “sobrevoo no microrrelevo das estruturas criadas pelo imaginário do artista nos remete a monumentais civilizações… visão aérea que possibilita mergulho entusiasmante na ânsia de se descobrir toda complexidade daqueles mundos conceituais”.

Curadoria: Brugnera

Texto: NRabelo

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