Foz do Iguaçu, conhecida mundialmente por suas Cataratas e pela grandiosidade da Usina de Itaipu, é também um destino que respira turismo em todos os seus cantos. E poucas pessoas entendem essa dinâmica tão bem quanto Diogo Marcel Araujo, atual presidente do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) e um dos nomes mais atuantes no setor na cidade.
Com uma trajetória que mistura história familiar, empreendedorismo e políticas públicas, Diogo tem trabalhado incansavelmente para transformar Foz em um destino ainda mais acolhedor, organizado e economicamente vibrante.

Raízes no turismo: Uma herança de família
Nascido em uma família multicultural – com ascendência paraguaia, brasileira e argentina –, Diogo cresceu imerso no universo do turismo. Seu pai trabalhou em diversos hotéis da cidade, e desde os 12 anos ele acompanhava o cotidiano da hospedagem, ajudando em pequenas tarefas.
Além disso, Diogo foi um dos pioneiros no segmento de hostels na cidade, fundando o Hostel Bambu, o primeiro do gênero em Foz, que recentemente completou 21 anos. É guia poliglota e já teve experiências de trabalho em outros destinos como Peru, Argentina, Canadá, EUA, Colômbia, Costa Rica, entre outros, sempre na linha de turismo de experiência e turismo de natureza.
Do direito ao turismo: a busca por políticas públicas eficientes
Formado em Direito, Diogo encontrou na legislação e na gestão pública uma maneira de estruturar melhor o turismo local. Sua atuação na Secretaria Municipal de Turismo, como diretor de Projetos Estratégicos, foi marcada por iniciativas para organizar dados e melhorar o planejamento do setor.
“Foz do Iguaçu sempre teve dificuldade em mensurar seu fluxo turístico. As estimativas eram baseadas apenas nos visitantes das Cataratas e de Itaipu, mas sabemos que o número real é muito maior. Começamos a desenvolver pesquisas para entender a economia do turismo e seu impacto real na cidade. Os servidores Jorge Bonfim Filho e Leandro Vandré Heineck foram importantes na participação dessas entregas.”
Uma das grandes conquistas desse período foi a pesquisa sobre a economia do turismo, que revelou que na verdade a cidade recebe mais de 4 milhões de visitantes por ano e que cada real investido pelo município no setor retorna em até 400 reais em movimentação econômica.
Comtur: liderança com foco em continuidade e ação
Eleito presidente do Comtur no final de 2024, Diogo assumiu com a missão de dar continuidade aos projetos estratégicos e transformar o conselho em um espaço mais proativo.

“O Comtur sempre foi um fórum de discussões, mas queremos que ele seja também um agente de soluções. Visitamos todas as entidades do turismo para entender suas necessidades e criamos grupos de trabalho, como o de Projetos e Recursos, para conectar ideias a financiamentos.”
Um dos primeiros desafios enfrentados foi a ameaça de cancelamento do acordo bilateral entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, que permite o transporte turístico entre as duas cidades. Graças à articulação do Comtur, o acordo foi mantido, evitando um grande prejuízo ao setor.
Os próximos passos: Plano Municipal de Turismo e desenvolvimento da cidade
Entre as principais metas de sua gestão está a elaboração do Plano Municipal de Turismo, documento essencial para orientar o Plano Diretor de Foz do Iguaçu, que deve ser entregue em 2027. Além disso, Diogo defende uma visão mais ampla do turismo, que vá além dos atrativos e integre a cidade como um todo.
“O turista não lembra apenas das Cataratas ou do Marco das Três Fronteiras – ele vive a cidade. Precisamos melhorar os espaços públicos, a mobilidade e a segurança para que Foz seja um destino completo.”
Para isso, Diogo destaca que foi feita a entrega do Plano de Manejo e uso público do Bosque Guarani, que dá condição para que este seja mais um atrativo na cidade. “Devemos olhar também para os outros parque municipais e áreas de interesse turístico, como exemplo o Parque Monjolo que é utilizado como área de observação de aves por turistas internacionais”, reforça.
Outro projeto em destaque é o Guia Halal, que mapeou estabelecimentos aptos a receber turistas muçulmanos – um mercado em crescimento na região.
Turismo como economia transversal
Diogo reforça que o turismo não se restringe a hotéis e agências:
“O turismo move a cidade inteira. Segundo o estudo que fizemos, a economia do turismo chegou a R$77.977.876, em 2023. Desde o mecânico que conserta os carros das operadoras até a padaria que vende pães para os guias. É uma economia que beneficia todos, e precisamos tratá-la com a importância que merece.”
Com uma equipe engajada – incluindo a vice-presidente Renata Sakamoto e secretária executiva Elaine Rodinski – Diogo Marcel Araujo segue trabalhando para que Foz do Iguaçu não apenas mantenha seu lugar entre os principais destinos do Brasil, mas também se torne referência em gestão turística sustentável e inclusiva.
Nos últimos dez anos, o turismo em Foz do Iguaçu consolidou-se como um dos pilares centrais da economia local, apresentando um crescimento médio anual de 6,2%. O município recebeu, nesse período, 38,5 milhões de turistas, com uma distribuição significativa entre diferentes tipos de hospedagem:

- Hotéis, resorts, flats e pensões atenderam 16,3 milhões de visitantes;
- Casas de parentes e amigos receberam 11 milhões;
- Casas alugadas e outras modalidades foram escolhidas por 10,5 milhões.

“Além disso, a participação do turismo na economia municipal saltou de 2,92% em 2007 para 9,16% em 2023, mesmo diante do crescimento de outros setores, como saúde, educação e serviços administrativos. Esse avanço evidencia não apenas a resiliência do segmento, mas também sua capacidade de se reinventar e manter-se relevante em um cenário econômico diversificado”, finaliza Diogo.


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