Em Foz do Iguaçu (PR), está previsto para quinta-feira (4) o julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de assassinar o guarda municipal Marcelo Arruda durante sua festa de aniversário em 2022. O crime chocou a comunidade local e levantou discussões sobre violência política. Segundo Daniel Godoy Junior, assistente da acusação, “o contexto desse crime é de ódio, com violência política como pano de fundo. É fundamental que a sociedade entenda a gravidade desse caso.”
A narrativa do ocorrido revela um episódio marcado por tensão e tragédia. Testemunhas relatam que Guaranho, acompanhado da esposa e do filho, interrompeu a celebração que tinha como tema o PT e o presidente Lula com o som alto de seu veículo, entoando cânticos de campanha política do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ele gritava ‘Bolsonaro’ e ‘mito’, mostrando-se armado e ameaçando Marcelo”, relata Andrea Jamur Pacheco Godoy, também assistente da acusação. O clima de tensão se transformou em horror quando Guaranho retornou à festa sozinho e começou a disparar indiscriminadamente, atingindo fatalmente Marcelo Arruda. “Marcelo tentou se defender, mas foi executado covardemente”, acrescenta Andrea.
Além da gravidade do crime em si, Guaranho já enfrenta problemas no âmbito profissional. Ele foi demitido do cargo de policial penal por irregularidades e comportamento inadequado devido ao caso que será julgado. “Essa demissão evidencia um histórico de conduta questionável, que culminou nesse terrível episódio”, comenta Daniel Godoy Junior. O julgamento, que ocorrerá na Vara Plenária do Tribunal do Júri e será transmitido ao vivo, pelo canal do Tribunal de Justiça do Paraná.
O Ministério Público do Paraná sustenta a acusação de homicídio doloso duplamente qualificado, considerando o motivo fútil e o perigo comum envolvido no crime. Marcelo Arruda, que atuava como tesoureiro do diretório municipal do PT de Foz do Iguaçu, tornou-se vítima de uma tragédia que ecoou além dos limites da festa de aniversário. “Esperamos que esse julgamento traga não apenas justiça para Marcelo e sua família, mas também conscientização sobre os perigos da intolerância política”, conclui Daniel.
À medida que a data do júri se aproxima, familiares e a comunidade aguarda ansiosamente por um desfecho que possa oferecer algum conforto à família enlutada e sinalizar a rejeição inequívoca à violência e ao ódio político. (Com assessoria)


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