O transtorno do espectro autista é uma condição do neurodesenvolvimento onde se expressam sinais e sintomas tão importantes, que causam prejuízo no dia a dia da criança ainda nos primeiros anos de vida. Entende-se como um critério para o diagnóstico do autismo o prejuízo na comunicação não verbal, podendo se estender também para comunicação oral, ou seja, a fala.

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Diversos estudos mostram que antes mesmo do primeiro ano de vida, a criança já apresenta sinais de alerta que nos chamam atenção ao autismo. Uma das principais alterações levam os pais a procurar o serviço de atenção à saúde, ainda costuma ser o atraso da fala.

De fato, o desenvolvimento da linguagem tem fases bem marcadas, tornando-se evidente quando uma criança apresenta um desvio do esperado para sua faixa etária. sso resulta em uma alteração mais “palpável”, mais visível, onde todos nós, profissionais e familiares conseguimos diferenciar um desenvolvimento habitual e típico de um atípico.

Outro ponto importante que pode estar presente é a resposta diminuída ao chamado pelo nome. Esse comportamento pode ainda nos levantar a suspeita de uma perda auditiva. Uma criança de 8-10 meses com o desenvolvimento habitual já responde a esse comando, porém a criança que está no espectro frequentemente não o faz.

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É importante nos atentarmos, pois se existe alguma dificuldade auditiva, áreas relacionadas à audição não amadurecem adequadamente. Isso pode resultar em uma capacidade reduzida de processar sons, trazendo prejuízos no desenvolvimento da fala.

Mas e agora? Essa criança que não responde ao chamado do próprio nome, que apresenta um atraso de fala, seria ela uma criança com algum grau de deficiência auditiva ou seria uma criança autista? Ou seria ainda uma criança autista com perda da audição?

Só existe uma forma de saber: investigando! Avaliando as habilidades da criança e realizando testes que possam mensurar possíveis déficits. Devemos nos atentar sobre a importância dessa avaliação, já que tanto o tratamento do autismo, quanto o da perda auditiva devem ser realizadas o mais precoce possível, ainda nos primeiros anos de vida, no período de maior neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrências aos estímulos oferecidos. Não podemos esquecer que tempo nessas crianças é ouro, tempo é cérebro.

Sarah Cardoso Otorrinolaringologista
Sarah Cardoso é otorrinolaringologista na Blua Pediatria e Famílias Integradas
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