Líderes e especialistas do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai uniram esforços em um seminário inovador para debater o impacto das migrações causadas por fatores ambientais e climáticos no Gran Chaco Sudamericano. A região, que abrange partes desses países, enfrenta desafios crescentes, desde o aumento das temperaturas até a escassez de água e incêndios.
O Seminário sobre Mudanças Climáticas e Migrações, organizado pela Zicocul (Zona de Integração do Centro-Oeste Sul-Americano) e presidido pelo Governo do Paraná, concluiu um estudo iniciado em maio de 2022, apresentando recomendações cruciais para abordar as migrações ambientais na região e, potencialmente, em outras partes da América do Sul.
Entre as conclusões, destaca-se a necessidade urgente de transitar da emergência para a prevenção e resiliência. O acesso digno à água foi ressaltado como um direito humano fundamental, enquanto a demarcação de territórios e a entrega de títulos aos povos indígenas foram enfatizadas como medidas essenciais.
O estudo também propõe a valorização das populações indígenas, jovens e mulheres como atores estratégicos na região do Chaco. Intervenções integrais para capacitar esses grupos foram destacadas como fundamentais para enfrentar os desafios climáticos.
Em relação à realidade atual, o projeto sugere o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce, a criação de mecanismos de monitorização constante de riscos climáticos e ambientais, e a implementação de protocolos preventivos comunitários. A priorização da preservação e geração de meios de subsistência locais foi destacada como vital.
O representante do Paraná no Codesul, Orlando Pessuti, afirmou: “É um estudo de altíssima qualidade, com excelente fundamentação técnica e relatos de moradores de comunidades afetadas por efeitos de mudanças climáticas na região. Em nome da presidência da Zicocul, nos comprometemos a levar a discussão do assunto adiante, tendo em vista tratar-se de um tema que afeta diversas localidades.”
O projeto sobre migrações ambientais no Grande Chaco Americano recebeu apoio da iniciativa MiEUx (Migration EU eXpertise – Experiência em Migração da União Europeia), Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), secretarias de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, além da Fundação Araucária.
Os debates e propostas apresentadas demonstram a cooperação regional para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e criar soluções sustentáveis para as comunidades afetadas no Gran Chaco. (Com AEN)
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