O Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgou dados que apontam para uma inflação histórica de 25,5% em dezembro, encerrando 2023 com um índice acumulado de 211,4%. Essa é a maior taxa anual desde a hiperinflação em 1990 — quando os argentinos enfrentaram uma alta superior a 1.300%. A divulgação fez com que especialistas analisassem o cenário, enquanto o presidente Javier Milei expressou suas preocupações em entrevistas recentes.
De acordo com o Indec, a divisão que mais impactou todas as regiões do país foi ‘alimentos e bebidas não alcoólicas’, apresentando um aumento de 29,7%. Dentro desta categoria, os itens que mais subiram foram Carnes e derivados, e Pães e cereais. Em contrapartida, Educação (6,2%) e Habitação, água, luz e outros combustíveis (13,8%) foram as divisões que registraram as menores variações.
A análise detalhada apontou que Bens e Serviços Diversos lideraram o aumento em dezembro, com 32,7%, seguido por Saúde (32,6%) e Transportes (31,7%). Estes números refletem os aumentos nos itens de Cuidados Pessoais, variações de medicamentos e remédios pré-pagos, e aumentos nos combustíveis, respectivamente.
O presidente Javier Milei, compartilhou suas análises antes da publicação dos dados, destacando que, mesmo que a inflação tenha fechado em 25,5%, foi um esforço para reduzir um cenário inicial de 45%. Ele enfatizou que, apesar do resultado, ainda estamos diante de um cenário desastroso.
A nível nacional, a inflação de dezembro superou a da cidade de Buenos Aires, 21,1% mensais, com uma variação interanual de 198,4%. Alimentação e bebidas não alcoólicas foram as principais impulsionadoras, com aumento de 30,4%. Esse cenário persistente levou o Banco Mundial a destacar a incerteza econômica e política, com inflação elevada e uma desvalorização acentuada da moeda, impactando negativamente a confiança do consumidor.
As projeções para janeiro não são otimistas, com a expectativa de que a inflação continue a subir, sem sinais de alívio, de acordo com o Banco Mundial. A pesquisa Equilibra indicou que a inflação na primeira semana de janeiro ficou em torno de 7%, enquanto o IPC-OJF (GBA) apontou um aumento de 5,3%. Em relação à alimentação, a inflação desacelerou nas primeiras semanas de janeiro, mas acumulou alta de 8,4% até o momento.
O governo acredita que o ajuste fiscal pode contribuir para a redução da inflação no segundo trimestre do ano. Contudo, consultorias preveem que o ano fechará novamente na casa dos 200%. O cenário econômico requer atenção e estratégias assertivas para lidar com os desafios inflacionários em 2024.


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