Viajar para Puerto Iguazú tem sido uma experiência cada vez mais cara — e frustrante — para muitos turistas estrangeiros, inclusive os brasileiros. Além das belezas naturais, quem atravessa a Ponte Internacional da Amizade rumo à Argentina se depara com uma série de taxas que, somadas aos altos preços em serviços e transporte, provocam insatisfação tanto nos visitantes quanto no setor hoteleiro local.
Até pouco tempo, havia apenas a Taxa Ecoturística Municipal, de 1.500 pesos argentinos (cerca de R$ 6,94), cobrada na entrada da cidade ou nos hotéis. No entanto, uma nova tarifa aprovada pelo governo da província de Misiones adiciona um custo de 1 a 3 dólares por pernoite para turistas estrangeiros, valor que varia conforme a categoria do hotel.
A medida gerou reação imediata da Associação de Hotéis de Turismo de Iguazú (AHT), que representa os estabelecimentos de quatro e cinco estrelas — os mais impactados pela nova cobrança. Em nota, a entidade manifestou “firme desacordo com a implementação da taxa turística Visit Misiones, aprovada pelo Legislativo Provincial” e alertou que isso “impacta negativamente na competitividade do nosso destino turístico e na sustentabilidade do setor”.
Além das taxas, os custos no destino chamam a atenção. A entrada no Parque Nacional Iguazú custa atualmente cerca de R$ 255, enquanto o transporte de ônibus do terminal ao parque, a apenas 21 km de distância, chega a R$ 75. Para quem decide ir de carro, é obrigatório portar o seguro Carta Verde, com valor mínimo de R$ 46 para três dias — e risco de multa e apreensão do veículo em caso de fiscalização.
As reclamações de turistas são frequentes nas plataformas de avaliação. Antônio Carlos, visitante capixaba, relatou no TripAdvisor que “a experiência é linda, mas, para mim, não valeu o que foi pago”, mencionando ainda o alto custo de bebidas no parque, como duas garrafas de água por R$ 35.
O debate sobre os impactos dessas tarifas segue em pauta entre representantes do setor. Enquanto isso, os visitantes ponderam se o encantamento com as Cataratas do lado argentino compensa o gasto elevado.
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