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Visitar os avós não apenas proporciona companhia agradável, mas também emerge como um fator crucial para aumentar a expectativa de vida entre os idosos, de acordo com um estudo realizado no Reino Unido, que analisou mais de 450 mil adultos. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Glasgow, na Escócia, revelou que a ausência de visitas periódicas está diretamente associada a um aumento significativo no risco de mortalidade para essa faixa etária.
A solidão, seja ela objetiva, proveniente do isolamento físico, ou subjetiva, relacionada à falta de interação com amigos próximos e familiares, emerge como um fator contribuinte para o aumento do risco de morte.
Surpreendentemente, idosos que relataram não ter contato com outras pessoas e afirmaram nunca receber visitas apresentaram um aumento de 39% nas chances de morte em comparação com seus pares do mesmo sexo, idade e condição de saúde, mas com uma rede social mais robusta. Os pesquisadores destacam que esse efeito é independente da frequência das visitas, seja mensal, semanal ou diária.
O estudo, que utilizou dados de 458.146 adultos com uma média de idade de 56,5 anos registrados no banco de dados UK Biobank, acompanhou os participantes ao longo de 13 anos. A constatação foi clara: aqueles que vivem sem atividades em grupo, em situação de isolamento social e sem visitas frequentes enfrentam um maior risco de mortalidade, conforme publicado na revista BMC Medicine.
Harmish Foster, um dos autores do estudo, destaca que cada um dos três fatores – ausência de atividades em grupo, vida solitária e falta de visitas – está associado a um aumento no risco de morte. No entanto, é importante notar que as pessoas que relataram nunca receber visitas apresentaram um aumento mais significativo, chegando a 39%.
Os pesquisadores explicam que o comportamento, os hábitos e o estado mental tendem a piorar diante do isolamento social. A presença de amigos e familiares pode oferecer um nível específico de apoio, facilitando o acesso aos serviços de saúde. Além disso, há a teoria de que o isolamento está associado ao aumento do consumo de álcool e tabaco, enquanto a prática de exercícios físicos e as interações sociais regulares desempenham um papel crucial na redução desses comportamentos de risco, os quais estão relacionados ao desenvolvimento de doenças crônicas e, consequentemente, à diminuição da qualidade de vida e, em casos extremos, à morte.