Você acorda, fica deitada na cama esperando a vontade de levantar. Enquanto isso, as blogueiras de saúde já malharam, sua mãe já fez o café da manhã horas e lavou roupa, seu irmão já está trabalhando, e você só consegue pensar “Como eles acordam com tanta disposição?” A resposta pode ser o cronotipo.

O que é cronotipo?
O cronotipo é o padrão de sono e vigília de uma pessoa. Você pode perceber que tem horas que você sente mais ativo ou mais preguiçoso, com mais ou menos fome, tudo isso é influenciado pelos ritmo circadiano, que é nosso relógio interno. Ele também regula nossa temperatura corporal, hormônios, sono, e são sincronizados com o ambiente externo, especialmente pela exposição à luz solar.
Os cronotipos não são fixos e podem mudar ao longo da vida. Fatores como idade, estilo de vida, exposição à luz natural e artificial, e genética podem influenciar o cronotipo de uma pessoa.

Por que isso é importante?
Saber o seu cronotipo é importante por várias razões, principalmente porque isso pode ajudá-lo a otimizar sua rotina diária e melhorar sua saúde e bem-estar geral.
Você poderá identificar os horários do dia em que está mais alerta e energizado para então programar sua rotina de acordo. Se você sabe que está mais ativo entre 7h00 e 9h00, use este horário para fazer as atividades que exigem maior concentração e esforço mental. Ao trabalhar ou estudar nos momentos em que seu desempenho é melhor, você pode ser mais eficiente e produtivo.
Viver de acordo com seu cronotipo também tem implicações na saúde física e mental. Quando seu estilo de vida está em descompasso com seu relógio biológico, você pode experimentar o que é chamado de “jet lag social”. Isso pode levar a problemas de saúde, como fadiga, estresse, ansiedade, depressão, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
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Quais os cronotipos que existem?
Dentro da cronologia, ciência que passou a ser estudada principalmente a partir da década de 1960, a complexa engrenagem que existe dentro de cada um faz com que a população se divida em alguns cronotipos, como são chamados os perfis dos relógios biológicos. Boa parte dos especialistas trabalha com três categorias, baseadas principalmente nos horários de dormir e acordar, uma vez que a liberação da melatonina (o hormônio do sono) funciona como um abre-alas para o desencadeamento de todas as demais funções.

Legenda da foto, Gráfico mostra a melatonina liberada em nosso corpo em função da hora do dia e como isso determina os diferentes cronotipos
Matutinos (ou “cotovias”)
São pessoas que tendem a despertar e se sentir mais alerta e produtivas pela manhã. Geralmente, têm facilidade em acordar cedo, sentem-se mais dispostas no início do dia e têm dificuldade em permanecer acordadas até tarde da noite. Para os matutinos, o horário ideal de trabalho ou estudo é pela manhã, quando sua concentração e energia estão no auge.
São pessoas que dormem às 22h da noite e acordam às 6h. O Instituto Internacional de la Melatonina (IiMEL) acredita que 25% da população faça parte desse grupo.
Vespertinos (ou “corujas”)
São pessoas que tendem a se sentir mais alertas e produtivas no final da tarde e à noite. Geralmente, têm dificuldade em acordar cedo e sentem-se sonolentas pela manhã, mas ganham energia conforme o dia avança. Para os vespertinos, o horário ideal de trabalho ou estudo é no final da tarde e à noite, quando sua concentração e energia estão no auge.
Intermediários
São pessoas que não se encaixam perfeitamente nem nos padrões matutinos nem nos vespertinos. Geralmente, têm um padrão de sono e vigília mais flexível, podendo se adaptar melhor a diferentes horários de trabalho ou estudo. No entanto, ainda podem ter preferências pessoais por determinadas horas do dia.

Perfis de relógio biológico
O psicólogo americano Michael Breus, conhecido como Doutor do Sono, desenvolveu um teste que avalia o cronotipo de acordo com os perfis de sono de 4 animais: urso, leão, golfinho e lobo.
O psicólogo americano expert em sono Michael Breus relata que a recuperação de seus pacientes com insônia e distúrbios afins deu um salto ao incorporar ao tratamento ajustes nos horários de comer, se movimentar, ver TV e, claro, repousar.
“Um bom timing é tão poderoso que você pode mudar a vida de qualquer pessoa em praticamente todos os aspectos”, diz o autor de O Poder do Quando (Editora Fontanar).
Embora a mensagem e o título desses livros possam soar a autoajuda, o fato é que a cronobiologia tem muito amparo científico. Seu objeto de atenção é o ritmo circadiano.
Golfinhos (10% da população)
Costumam acordar se sentindo pouco revigorados e ficam cansados até o fim da tarde, quando de repente entram no ritmo. São mais alertas tarde da noite e mais produtivos em momentos esparsos ao longo do dia. Geralmente são cautelosos, introvertidos e inteligentes.
Leões (de 15% a 20% da população)
Acordam ao nascer do sol ou até antes, começam a se sentir cansados no fim da tarde e pegam no sono facilmente. São mais alertas ao meio-dia e mais produtivos pela manhã. Costumam ser pessoas estáveis, práticas e otimistas.
Lobos (de 15% a 20% da população)
Têm dificuldade para acordar antes das nove horas da manhã, ficam confusos mentalmente até o meio-dia e só se sentem cansados depois da meia-noite. São mais alertas às sete horas da noite e mais produtivos no fim da manhã e da tarde. Costumam ser impulsivos, pessimistas e criativos.
Ursos (50% da população)
Acordam depois de apertar o botão de soneca uma ou duas vezes, começam a se sentir menos cansados do meio até o final da tarde e dormem profundamente, mas não tanto quanto gostariam. São mais alertas entre o meio da manhã e o começo da tarde e mais produtivos no fim da manhã. Geralmente são simpáticos e descontraídos.