Em março de 2014, a revista publicou uma reportagem falando sobre a sonhada obra da segunda ponte, que na época já estava havia mais de duas décadas no sonho. Já naquele tempo, falava-se da importância da obra, que não somente seria uma nova ligação entre os dois países como também ajudaria a desafogar o trânsito intenso de veículos pesados no centro da cidade de Foz. A ponte também iria facilitar a implantação do Projeto Beira-Foz, amenizar as longas filas e impulsionar o movimento da economia na região. Esse resgate histórico feito pela 100fronteiras foi apurado pelo jornalista Vacy Alvaro em 2011, 2013 e 2017 e pela jornalista Mariana Kojunski em 2014, sob orientação do redator-chefe, Carlos Grellmann.

Charge Segunda Ponte Heitor Fernandez

A charge “Segunda Ponte” criada pelo artista Heitor Fernandez, para ser exclusivamente publicada na Revista 100fronteiras, conquistou a primeira colocação na categoria Charge pertencente ao Prêmio Adjori Paraná de Comunicação em 2012.
linha do tempo da segunda ponte
linha do tempo da segunda ponte
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linha do tempo da segunda ponte
linha do tempo da segunda ponte
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linha do tempo da segunda ponte
linha do tempo da segunda ponte
linha do tempo da segunda ponte
projeto da segunda ponte em 3D
Projeto em 3D da segunda ponte mostra como ela ficará depois de concluída.

A revista Monalisa postou uma nota com a seguinte manchete: “A ponte da solidariedade – a segunda ponte que unirá o Paraguai ao Brasil – será inaugurada em 2017”. A matéria dizia que o Consórcio Construbase-City-Paulitec havia ganhado a licitação e iria iniciar as obras, que teriam custo de US$ 103 milhões pagos pelo Brasil. A previsão era começar em fevereiro de 2015 e finalizar em outubro de 2017.

materia publicada na revista Monalisa sobre a segunda ponte
Matéria publicada na revista Monalisa sobre a segunda ponte.

Segunda Ponte começa a ser construída

E depois de tantas idas e vindas, histórias e frustrações, a segunda ponte – Ponte da Integração Brasil-Paraguai – finalmente saiu do papel. No dia 1º de agosto de 2019, o Governo do Paraná e a Itaipu assinaram a ordem de serviço. Na ocasião, o diretor-geral da Itaipu, general Silva e Luna, e o governador Ratinho Junior subscreveram o documento, colocando fim ao sonho da segunda ligação, transformando-o em uma realidade imediata.

As obras iniciaram tão logo a ordem de serviço foi assinada, no dia 7 de agosto de 2019. Com previsão de três anos para ser concluída, a estrutura terá um investimento total de R$ 463 milhões, sendo R$ 323 milhões para a edificação da ponte e R$ 140 milhões para a abertura da Perimetral Leste, uma via de acesso direto entre a Avenida das Cataratas e a BR-277, também um sonho dos iguaçuenses. A construção será paga com recursos de Itaipu e gerenciada pelo Governo do Estado.

segunda ponte em foz
Parte da estrutura. (Foto: Agência Estadual de Notícias)

Batizada de Ponte da Integração, a obra que será uma nova ligação entre o Brasil e Paraguai, pelas cidades de Foz do Iguaçu e Presidente Franco, contará com 760 metros de comprimento e vão-livre de 470 metros, com duas torres de 120 metros de altura. A pista será simples, com 3,7 metros de largura de cada lado, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.

Esperança para a fronteira

Mais do que apenas o desejo de ver uma obra desse porte ser construída na cidade, a construção da segunda ponte é também uma oportunidade para a geração de empregos e desenvolvimento da região. Somente na primeira fase dos trabalhos, que incluiu o canteiro de obras, montado próximo ao Marco das Três Fronteiras, às margens do Rio Paraná, foram criados 400 empregos diretos.

Atualmente, segundo informações do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), há 45 empregos indiretos na área de administração e 313 empregos diretos na área operacional. Além disso, 25% das obras já estão concluídas e no momento está sendo executada a mesoestrutura da ponte, com cerca de 5% feita, no lado brasileiro.

Já no lado paraguaio, até o momento, foi terminada a terraplenagem, e o canteiro de obras está em execução, com cerca de 80% concluídos. “Este lado está defasado devido a entraves alfandegários”, explica a assessoria do DER/PR.

Importante obra de infraestrutura do Programa Acelera Foz, a segunda ponte ajudará na atração de investimentos para a cidade. “Essa obra vai ajudar no reposicionamento de Foz. O Acelera Foz, juntamente com o bairro inteligente e os três editais que estão em andamento agora, mostram que, enquanto o mundo está em crise, nós queremos estimular o empreendedorismo, para que as pessoas busquem inovar. Porque desde o início a nossa preocupação maior não era o momento da pandemia, mas sim que tipo de mecanismos nós temos que criar para em 2021, quando esse vírus tiver passado, nós tenhamos investido em empresas, desenvolvido projetos interessantes para reposicionar a cidade no sentido de inovação. E pra ser uma cidade de inovação, todos esses investimentos na área de infraestrutura ajudam muito. Porque as pessoas vão buscar por qualidade de vida, por aquilo que a cidade oferece, então tanto a infraestrutura como o lazer agregam isso”, ressalta o diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis.

segunda ponte foz
As obras da segunda ponte seguem avançando no lado brasileiro. (Foto: Agência Estadual de Notícias)

Ele destaca também que, desde a estruturação do Programa Acelera Foz, o foco foi justamente reposicionar a cidade. “Eu não sou iguaçuense, e o que me incomoda é que as pessoas vendem a cidade de Foz para que o visitante venha passar três a quatro dias e ir embora. Mas hoje temos mais de 20 mil alunos de graduação, fora os de pós e doutorado. Só o ecossistema do PTI tem mais de 300 doutores, e a gente forma excelentes profissionais, e ainda assim escuto as pessoas dizendo que Foz não tem mão de obra qualificada. Não tem? Ou essa mão de obra não estão ficando em Foz? E por que não estão ficando? Porque não tem oportunidade, e por que não tem oportunidade? Porque não é uma cidade de empreendimento, é uma cidade exclusiva do turismo. E nós queremos que seja uma cidade para empreender, uma cidade de investimento. Então ou a gente estimula o empreendedorismo ou as pessoas vão empreender em outros lugares”, salienta Régis.