Foi em um dos espaços da própria casa que o casal, Lilian e Carlos Grellmann, deu início ao sonho de suas vidas, em outubro de 2005. Naquela época a região trinacional (Argentina, Brasil, Paraguai) vivia uma difamação por parte de veículos de comunicação nacional que propagavam o medo e geravam críticas sobre a Tríplice Fronteira. Lilian e Carlos sabiam do potencial e das riquezas da região e se sentiam incomodados com a situação. Ele, gaúcho, filho de imigrantes e ela paraguaia, nascida em Assunção, se encontraram na fronteira e juntos decidiram criar a Revista 100fronteiras.
A edição número 01 foi impressa em outubro de 2005, no formato tablóide, mas já como revista. O texto bilíngue (português e espanhol) era apenas um dos tantos diferenciais que a mídia local impressa destacava. O nome 100fronteiras também foi pensado para integrar a região trinacional, a ideia de colocar o 100 em forma numeral é porque facilita a leitura do nome em outros idiomas.
“100fronteiras surgiu de uma ideia de ter um veículo de comunicação que pudesse unificar a sociedade trinacional, essa sempre foi a nossa grande missão. Porque há 17 anos, quando a ideia nasceu ,não existia uma defesa. No início foi muito difícil, porque muitos veículos foram formados na época, mas a grande maioria não dava seguimento. Então nossa grande dificuldade foi criar a credibilidade que a revista tem hoje”, destaca Carlos, redator-chefe do 100fronteiras.

Como na época não existia muita tecnologia, eles contam que sofriam muito para enviar a revista para a impressão, pois precisavam fazer a diagramação e salvar página por página em um disquete, mandar o arquivo via ônibus para a cidade onde a gráfica estava localizada, pois não havia como fazer isso via internet. Muitas vezes aconteceu do dispositivo chegar vazio e eles terem que reenviar. “Não foi fácil, mas desistir não era uma opção, tínhamos muito bem definido o que queríamos e, por isso, todos os meses, durante esses 17 anos, imprimimos a revista 100fronteiras. Chegar a marca de 200 edições ininterruptas nos dá muito orgulho”, ressalta Lilian, CEO do grupo 100fronteiras.
De Revista a Grupo, a evolução da 100fronteiras
Se o início foi desafiador, os últimos anos foram de muito aprendizado. A pandemia fez a organização passar por uma transformação digital e em agosto de 2021 nos tornamos o Grupo 100fronteiras, abrangendo não apenas a revista impressa, como também o Portal 100fronteiras.com e eventos de experiência.
Nesse ano de 2022, enquanto comemoramos a marca de 200 edições da primogênita, também comemoramos o reconhecimento nacional, pois atualmente estamos fazendo parte de dois projetos de mentoria da Google News Initiative e de um programa de aceleração digital do Meta (Facebook).
“Uma história que iniciou com o grande propósito de integração de três países, com a ideia de não ter fronteiras, trazendo a união e a valorização do multiculturalismo, hoje se consolida, pois somos muito mais que uma redação, somos um grupo de comunicação local trinacional. O sonho de transformar três nações em um lugar único, de amizade, negócios, diversidade de culturas, comunicação e mistura de sabores, aconteceu. Essa reinvenção tem causado os frutos de hoje e isso é extremamente importante pois sempre acreditamos que através do conhecimento, através do esforço, poderíamos ampliar, crescer e ser mais relevantes para a comunidade. Ainda temos muito a fazer, mas nos sentimos felizes e realizados por esse momento que a 100fronteiras está passando, tanto em chegar a 200 edições ininterruptas da revista como ter essa aceleração no digital, tudo isso nos desafia para cada vez mais fazermos jornalismo local de qualidade e credibilidade”, reforça Denys Grellmann, Publisher do 100fronteiras.