20 anos La Voz de Cataratas: conheça a trajetória da mídia de Puerto Iguazú

Há 20 anos, o La Voz de Cataratas, um site de notícias, fez sua estreia num universo então recém-descoberto, a Internet. Apesar dos desafios, por meio da persistência e determinação, o site se manteve atualizado com as inovações tecnológicas e hoje é considerado um dos principais meios de comunicação em Puerto Iguazú.

Em vários conteúdos do 100fronteiras.com já mencionamos o portal La Voz de Cataratas, que são nossos colegas “periodistas” – jornalistas do outro lado da fronteira, em Puerto Iguazú. Este ano, o portal celebra seus 20 anos de existência e, por isso, conversamos com Kelly Ferreyra, editora e idealizadora do La Voz.

Kelly trabalha como jornalista desde 2002 e, em 2003, começou a explorar o mundo da Internet, algo que ela gosta. Ela conheceu um profissional de Buenos Aires que a incentivou a criar um site de notícias. Inicialmente, o site tinha desafios técnicos, como um tempo de carregamento lento, mas Kelly persistiu, focada em dar a Puerto Iguazú uma voz própria num momento em que a cidade carecia de um meio de comunicação local, e assim surge o “La Voz de Cataratas”.

Antes de se estabelecer em Puerto Iguazú aos 19 anos, Kelly já tinha experimentado o mundo do rádio. Ela também já trabalhou com televisão, chegando a ser a apresentadora do primeiro programa de notícias de Puerto Iguazú no canal local, destacando-se como uma das primeiras jornalistas mulher na cidade, já que na época poucas mulheres exerciam a profissão.

O portal La Voz de Cataratas

No início, La Voz de Cataratas até operava um canal de televisão online chamado “La Voz de Cataratas TV”. Atualmente, o portal cobre uma vários temas de Iguazú, com ênfase no turismo, e também opera o site La Voz de Cataratas OK, que foca mais em política, mas sempre mantendo um olhar atento às notícias de Puerto Iguazú e da Tríplice Fronteira.

O La Voz de Cataratas é uma mídia independente de Puerto Iguazú, que trabalha para a população trazendo informações de qualidade. Kelly explica que para chegar onde está hoje passou por muitos desafios, principalmente por ser mulher, ela é a única mulher que iniciou há 20 anos atras, e precisou lutar sozinha.

“Eu trabalhei, olhei para a frente e acreditei na missão, não pensei em competir com ninguém, apenas fiz o meu trabalho, o que eu gosto e acredito.”

Diz Kelly.

Além de jornalista, Kelly é também fotógrafa e produtora visual, e lidera uma equipe de seis pessoas. A relevância de seu trabalho foi reconhecida numa palestra em Harvard e é tema de um livro (Savage Frontier) escrito por uma antropóloga da mesma universidade, que estudou o jornalismo na Tríplice Fronteira e passou anos acompanhando Kelly.

“Eu fui personagem de uma palestra em Harvard, uma antropologa doutora em Harvard escreveu um livro sobre a minha história, a história de uma jornalista na Tríplice Fronteira, ela fez um estudo sobre o jornalismo na Tríplice Fronteira e ficou comigo durante anos, via como eu trabalhava e como funcionava o jornalismo na regiao. Eu fui apresentar esse livro em Harvard e foi como um antes e depois do meu trabalho, foi muito importante para a consolidação, hoje eu posso dizer que sou uma pessoa muito segura, mas foi um processo.” diz Kelly.