Santiago Peña, com 44 anos, o recém-eleito presidente do Paraguay, tomará posse em uma cerimônia solene no dia 15 de agosto. Essa data tem grande importância no país, sendo um feriado nacional que celebra a fundação da cidade de Assunção. Vários líderes globais confirmaram sua participação no evento, incluindo o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Peña, anteriormente Ministro da Economia e membro do partido Colorado, conquistou a presidência nas eleições de 30 de abril deste ano. Sua primeira viagem oficial como líder eleito foi ao Brasil. Durante a visita, em maio, teve um almoço no Palácio do Planalto com o presidente Lula.

Os legisladores já assumiram seus cargos no início deste mês. Seus mandatos, assim como o do presidente, durarão cinco anos.

Quem é o novo presidente do Paraguay?

Presidente do Paraguay - Santiago Peña
Santiago Peña cercado por apoiadores durante o ato de encerramento da campanha. Imagem: Gentileza/Partido Colorado

Peña, segundo Magdalena López, PhD em Ciências Sociais e coordenadora do Grupo de Estudos Sociais do Paraguay da Universidade de Buenos Aires, é “um tecnocrata, um especialista em economia de alto calibre, com formação internacional e credenciais técnicas sólidas”.

O currículo de Peña inclui uma graduação em Economia pela Universidade Católica de Assunção e um mestrado em Administração Pública pela Columbia University, Nova York, adquirido em 2001. Além disso, lecionou Teoria Financeira e Teoria Econômica em sua alma mater.

Peña teve uma carreira distinta no Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, onde, em 2009, encabeçou o vínculo do órgão com a África. Recordando essa época, ele revelou que o “potencial que vi do Paraguay, olhando de fora, me marcou profundamente”. Ele afirmou isso antes das eleições internas do partido.

Sua experiência no Banco Central do Paraguay, ocupando cargos na área de Pesquisas Econômicas e, posteriormente, como diretor, estendeu-se por uma década. No entanto, a oportunidade para se inserir na política nacional só chegou em 2015.

O surgimento de Peña na política, de acordo com José Duarte Penayo, doutor em Filosofia e filho do ex-presidente paraguayo Nicanor Duarte Frutos, é resultado do “fracasso do projeto de reeleição de Cartes”. Penayo faz alusão à tentativa malsucedida do ex-presidente, em 2017, de alterar a Constituição para permitir a reeleição.

Há seis anos, Peña decidiu que era o momento de “entrar na arena política para fazer mais” e renunciou ao cargo no Tesouro para concorrer à presidência do Paraguay. Nas eleições partidárias de 2017, perdeu para Mario Abdo, a quem agora sucederá.

Após o término do governo de Cartes, em 2018, Peña mergulhou no setor privado, juntando-se ao conselho de administração do Banco Basa, uma entidade pertencente ao Grupo Cartes, o conglomerado empresarial do ex-presidente. Segundo o próprio Peña, o grupo representa 2% do PIB nacional.

Entre os trunfos de Peña, destaca-se sua experiência em gestão e a habilidade demonstrada em construir, nos últimos cinco anos, um perfil que ressoa com um público mais amplo.