Tavira é uma pequena cidade Portugal, situada ao sul, no Algarve, no distrito de Faro, zona de Sotavento, com 600 km2 e cerca de 28 mil habitantes e que tem em sua história um episódio que lhes conto agora.
O sul de Portugal, como se sabe, foi província romana, depois ocupada pelos mouros lá pelos século 12 e lá ocorreu que sete portugueses foram caçar e os mouros ou árabes os mataram, provocando a ira dos habitantes que conseguiram se unir e expulsar os invasores que vieram do norte da África, isso em 1249.
Esses denominados heróis são homenageados ali com uma sepultura coletiva especial, sendo considerados salvadores da localidade.
Pois, algum tempo depois, lá por 1326, ao reinado de Afonso IV, um rei de Castela, Afonso XI, impôs sítio à cidade, tentando conquistá-la, porém, ao perceber uns vultos portando bandeira e vindo em sua direção, o rei, que era admirador dos heróis de outrora, os sete cavaleiros, pensando tratar-se das almas dos mesmos que vieram defender sua terra, e entendendo que a cidade estava defendida tanto pelos vivos, como pelos mortos, resolveu se afastar e não promoveu a tomada da cidade. Assim Tavira escapou do cerco, considerando que, além dos vivos, os mortos igualmente defendiam a cidade.
Hoje, Tavira, que detém um muro romano e um castelo entre outras atrações, é um local protegido e distinguido pela ONU como Patrimônio Cultural Mundial. E tem em seu benefício uma Associação Internacional de Paremiologia (sabe o que é isso?), que espero conhecer e visitar em breve. Até recebi o livro de seu presidente, Rui João Baptista Soares, intitulado “Do Ano Santo ao Santo tudo é encanto”, com 5880 ditos populares ao longo do ano.
Paremiologia, então, é a ciência ou estudo que trata de provérbios, adágios, aforismos, analectos, anexins, apodos, apotegmas, bordões, brocardos, citações, ditados, sentenças, refrões, máximas, pensatas, enfim, frases célebres. Até lá, pois, pois…
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