A piora no trânsito de Foz do Iguaçu e da Tríplice Fronteira é visível e vai além dos tradicionais problemas de mobilidade, como os viadutos que não existem na BR 277, atingindo agora pontos antes mais tranquilos ou pouco congestionados, como os trechos centrais das avenidas Paraná, República Argentina, Jorge Schimmelpfeng, JK e a própria Avenida Brasil, além de pontos de congestionamento nos bairros, como na Vila A, Três Lagoas e Morumbi. Sem falar na dificuldade de cruzar as fronteiras.
Há quem acredite que apenas construir viadutos e asfaltar vias resolva o problema. Ledo engano.
Uma cidade boa para se viver, precisa de mobilidade pensada, planejada e, acreditem, deixar de priorizar o carro. Afinal, não são os carros individuais que causam congestionamentos?
Alguma saídas podem ser:
1- Fazer com que o transporte público funcione, atenda a cidade e seja acessível e justo. Estudos pelo mundo mostram que um sistema de transporte eficiente encoraja as pessoas a deixar o carro em casa ou mesmo a nem tê-lo, uma vez que um veículo particular, além de ocupar espaço, eleva os gastos e diminui a capacidade de consumo das famílias.
2- Tornar a cidade convidativa para o uso. Isso exige calçadas boas, ciclovias seguras e abundantes, trechos de caminhada contemplativa e, no caso de Foz do Iguaçu, muita – muita mesmo – sombra. O que pode incluir um plano de arborização adequado à cidade e à região.
3- Ampliação do uso de veículos compartilhados, tanto bicicletas e patinetes como veículos elétricos. Temos iniciativas de compartilhamento de meios de mobilidade sendo aplicadas aqui em Foz, mas ainda restritas às áreas de Itaipu, um projeto que pode ganhar a cidade. Ao mesmo tempo, ampliar as áreas de restrição ao automóvel particular, como calçadões e praças, restringindo também o fluxo de caminhões em horários definidos.
Foz está ficando para trás no quesito direito à mobilidade e importante começarmos essa transformação. Mas, sem dúvidas, é preciso ter consciência que não basta simplesmente proibir as pessoas de usarem o carro, o que não funciona e não é correto, e nem apenas fechar uma via aos domingos para atividades de lazer, como muitos gestores insistem em fazer, é preciso se atuar na educação e na elaboração ou efetivação dos planos de mobilidade urbana, municipal e trinacional.
Ganha o turismo, ganha o cidadão, ganha a economia, ganha o meio ambiente e ganha a inovação.
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