Estudamos na História do Brasil que houve várias revoltas, antes e depois da independência, como de Beckman, dos Mascates e dos Emboabas, de Felipe dos Santos, entre outras, mas nos ensinaram mais destacadamente sobre a Inconfidência Mineira, de 1789 que vitimou o nosso herói maior, Tiradentes, o alferes Joaquim José da Silva Xavier.
Entretanto, vamos fixar numa dessas revoltas pré-independistas, como a dos Alfaiates, por exemplo?
Então vamos lá: a Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político popular ocorrido em Salvador, Bahia, em 1798 e tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população.
Conhecida como “Conspiração dos Búzios” ou “Revolta dos Alfaiates”, por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira, a Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros livres, brancos pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões, como sapateiros, pedreiros, soldados.
Insuflada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração Baiana foi fortemente reprimida e seus membros presos e, em 1799, os líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo. Além da liderança exercida pelos alfaiates, o movimento também era encabeçado pelos soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.
Os quatro líderes da Conjuração Baiana condenados à morte em 1799 e seus ideais foram influenciados também pela maçonaria, e pelos ideais políticos da Revolução Francesa que chegavam ao Brasil também por intermédio de pensadores liberais e intelectuais.
Sobre História do Brasil II:
Batalha de Jenipapo
Mesmo antes e logo após a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, muitas revoltas e batalhas foram verificados no Brasil, de norte a Sul, resolvidas pouco a pouco pelo Império até a aceitação final da libertação. Pacificado o sul, logo após o 1822, ainda lá no longínquo nordeste algumas lutas se deram entre os que proclamaram a liberação do Brasil e os portugueses, que ainda pensavam em reaver o território brasileiro. Até porque as notícias demoravam para chegar em distantes solos da recém pátria livre. Somente em 1825 é que tudo foi resolvido com o reconhecimento final de Reino de Portugal do Império do Brasil.
Entre as pouco faladas, desconhecidas e menos estudadas lutas, uma é denominada de Batalha de Jenipapo, que ocorreu no Piauí, em 1823, com final no dia 13 de março e foi uma batalha decisiva para a independência do Brasil. Cearenses e maranhenses de todas as profissões se juntaram ao povo do Piauí nessa importante data histórica para lutar contra resistentes tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié, que ainda comandava as tropas portuguesas remanescentes aqui.
A data é geralmente esquecida nas aulas de história do ensino fundamental e médio, e apesar de ter sido de grande importância para todo o país, não é facilmente encontrada em livros sobre o assunto. Mesmo no estado onde aconteceu a batalha, o Piauí, poucas pessoas conhecem sobre a grandeza dela, mas alguns historiadores e alguns políticos já estão tentando mudar a situação e já está em curso a inclusão da Batalha do Jenipapo na disciplina de História.
Às margens do Riacho Jenipapo, em Campo Maior, piauienses, maranhenses e cearenses lutaram pela manutenção independência do país contra as tropas portuguesas comandadas pelo referido major, que se apresentavam com armas de fogo e os sertanejos com rudimentares apetrechos bélicos. Apesar da vitória, nessa batalha, os portugueses bateram em retirada, pois estavam exaustos.
No Piauí, na cidade de Campo Maior, às margens do Rio Jenipapo, os portugueses perderam a esperança de reaver a colônia na América e foram expulsos das terras brasileiras. Morreram na batalha cerca de 200 brasileiros e 16 portugueses, segundo estatísticas, e depois de várias refregas entre os dois povos, finalmente, o comandante luso foi sitiado em Caxias, por um exército de brasileiros e ele se rendeu em 30 de julho, foi mandado para o Rio depois despachado, com perdão do imperador, de volta a Portugal.
Estava assim concluída mais uma batalha em defesa da novel independência brasileira, das muitas que ocorreram em todo o território nacional até ser definitivamente reconhecida a nova Pátria. Para se ver que não foi nada fácil a separação do dia 7 de setembro foi apenas um episódio da longa saga pela independência. Muitos fatos e ações, antes e depois desse dia, ocorreram e demorou muito tempo para tudo se acalmar, como dito, só em 1825 tudo voltou ao normal no País do Carnaval.
Sobre a História do Brasil – III
A Batalha de Pirajá, na Bahia
Uma das lutas pós-independência do Brasil, foi a decorrida em 8 de novembro de 1822, a de Pirajá, na Bahia. Nesse dia, ocorreu um embate decisivo entre o Exército Brasileiro, chamado Pacificador e as forças portuguesas, nomeadamente a Legião Constitucional, com a vitória brasileira, consolidando a situação de derrota política e militar dos portugueses na Bahia, contribuindo para a Independência da Bahia, deflagrada a 2 de julho de 1823 , data que é considerada, para muitos pesquisadores e comentaristas, como um marco para a efetiva e prática Independência do Brasil. Essa data até é mais comemorada lá como o dia da vitória ou da libertação, em lugar do sete de setembro.
O então General Pedro Labatut, mercenário francês com experiência na campanha napoleônica e em guerras na América Espanhola, foi contratado por D. Pedro I para lutar em favor da independência do Brasil. Ele reforçou as tropas que sitiavam a capital baiana com a Brigada do Major (depois coronel José de Barros Falcão de Lacerda), composta por 1.300 soldados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, que repeliu três ataques portugueses, ocasionando dezenas de mortos e feridos.
A última batalha ocorreu em Salvador, na região dos bairros de Pirajá, Campinas do Pirajá e Alto do Cabrito. O confronto se iniciou quando tropas portuguesas tentaram romper o bloqueio aos caminhos que ligavam a capital ao centro e ao norte do país.
Dentro dessa batalha, uma história é contada como um mito, relatado por Laurentino Gomes, em “1822”, e fala de um corneteiro, na Bahia. Chamava-se Luis Lopes e servia ao recém-criado exército brasileiro, que defendia a independência do Brasil, lá por 1823. No confronto final, onde os brasileiros estavam em desvantagem, o comandante supra citado, major Falcão de Lacerda ordenou, ou ele agiu por conta, a seu corneteiro que desse o tom de recuar.
Porém o jovem músico, em vez de fazer esse toque, inverteu com o “cavalaria, avançar” e como não havia cavalaria na tropa, o toque não teve efeito, ninguém avançou. Porém, os portugueses, de outra banda, ouvindo o som, achando que os brasileiros realmente avançavam, teriam fugido com medo de serem pegos. A façanha, como diz o autor, embora boa demais para ser verdade, nunca foi comprovada ou confirmada. Como se sabe, a batalha terminou com a vitória brasileira.