O suicídio é um ato deliberado, executado pelo próprio indivíduo que quer morrer.  De forma consciente e intencional procura usar um meio que acredita ser letal, a pessoa está disposta a pôr em prática seus pensamentos e planos de pôr fim à sua vida. Acontece por uma complexa interação de fatores psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais.

Muitos motivos podem levar aos pensamentos e planos de suicídio. Grandes pressões internas e externas, como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso, humilhação, que levam ao sofrimento psicológico insuportável. Sentindo-se esquecido, incompreendido, ignorado e deletado, o individuo entra num isolamento além do que pode suportar.  Pode ter um desejo de revide ou imposição do mesmo sentimento negativo aos outros, querendo que sintam o mesmo que ele; ou pode sentir vontade de desaparecer, fugir, ir para um lugar ou situação de menor sofrimento.

Surge a grande necessidade impulsiva de buscar a paz, o alivio, um final imediato dos seus tormentos sem fim. Pensar em suicídio é da natureza humana, quando se perde o sentido da vida. O impulso é a reação natural da pessoa exaurida por dentro e emocionalmente fragilizada. Surge a possibilidade de suicídio numa crise que pode ser maior ou menor; que varia de pessoa para pessoa.

A situação está relacionada a transtornos mentais em 96,8%, mas não necessariamente.  Pode tratar-se de um momento crítico que poderia ser superado se aparecesse ajuda.  Se chegar ajuda preventiva ou oferta de socorro, a situação pode ser revertida se surgir uma ocasião de colocar para fora seus sentimentos, ideias e valores, o que pode alterar seu estado interior. 

A ajuda neste momento critico pode apresentar bons resultados. É possível que ao sentir o suicídio como única saída, a pessoa peça por socorro. A vontade de viver aparece sempre, resistindo ao desejo de se autodestruir. De forma inesperada, a pessoa se vê diante de sentimentos opostos, o que faz com que considere a possibilidade de lutar para continuar vivendo. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece as intenções de viver e pode evitar o suicídio.

Setembro Amarelo
Imagem reproduzida da Internet.

Em geral se vê o suicídio como um fracasso. Continua sendo pouco confortável falar do assunto, ainda revestido de estigmas mitos e tabus, o que leva um possível suicida a ficar refém de seus limites e fragilidades.  Mesmo aqueles que seguem religiões que condenam o suicídio não conseguem respeitar suas crenças e podem acabar dando fim à própria vida.

As diversas situações de agressão, competição e insensibilidade dos tempos em que vivemos favorecem os transtornos emocionais que podem levar ao auto extermínio. Mas   90% dos suicídios poderiam ser prevenidos, desde que existissem condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional.

Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. No mundo, ocorrem 1.000.000 casos todos os anos. Só no Brasil são registrados 14.000 casos anuais, ou seja, 38 casos por dia. Uma triste realidade, que ocorre principalmente entre os jovens. É uma das três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos. O país com maior número de suicídios é a GUIANA, seguida, em sequência, pela Coréia do Norte, Coréia do Sul, Lituânia, Suriname, Moçambique, Tanzânia, Nepal e Cazaquistão.

Pouco se fala no assunto em face dos estigmas e tabus ainda existentes, o que continua dificultando muito o pedido de ajuda e a prevenção de um suicídio.

Precisa de ajuda? Entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do 188.