Hoje, 20 de julho, lembramos do aniversário de 150 anos do nascimento de Santos Dumont. Particularmente, a data é oportuna para relembramos um feito de mais de cem anos. Em abril de 1916 ele visitou as Cataratas do Iguaçu e, em seguida, foi até Curitiba.
Como o próprio Dumont disse a um jornalista, ele foi pedir para que o governador do Paraná, Affonso Camargo, se “interesse” pelos “saltos” do Iguaçu. Mas, como Santos Dumont chegou nas Cataratas?
Em março (1916), Dumont viajou dos Estados Unidos para o Chile. Ele trabalhava em um plano que envolvia aviões. Já fazia 10 anos que Dumont não voava mais. Com a I Guerra na Europa, tornou-se um “ativista” (para usar mais um termo de hoje) pela causa da aviação civil.
No Chile, em uma conferência internacional americana, defendeu seu plano para colocar 10 mil aviões nos céus das Américas. Seu propósito era aumentar a circulação de pessoas, de mercadorias e levar desenvolvimento de norte a sul do continente.
Do Chile, foi viajou para a Argentina. Tanto em Santiago quanto em Buenos Aires, foi recebido com muita festa. Em algum momento na capital portenha ele decidiu conhecer as Cataratas do Iguaçu.
Ficou impressionado. Declarou à imprensa que o “salto do Iguaçu” era uma maravilha. Compensava “os incômodos da viagem”. Destacou a ausência de infraestrutura para visitação e a necessidade de investimentos para tornar as Cataratas do Iguaçu um ponto turístico.
A maioria das biografias de Dumont não menciona essa passagem. O ocupado Santos Dumont alterou a rota de viagem para ir à Curitiba (ele voltaria para Buenos Aires e partiria para o Rio de Janeiro). Na capital do Paraná, no dia 8 de maio, encontrou o governador Affonso Camargo.
Foi depois da conversa com Dumont que o governador decidiu fazer o que podia naquele momento. Affonso Camargo assinou o Decreto 653/1916. A medida reservava toda a área do entorno das Cataratas para a criação de “um povoado e um parque nacional”.
A influência de Dumont foi reconhecida quase cem anos depois. Em 2012, a lei nº 12.625 tornou o dia do encontro com o governador (8 de maio) em Dia Nacional do Turismo.
Parece adequado emprestar o termo “influenciador” para explicar a passagem de Dumont por Curitiba depois de visitar as Cataratas do Iguaçu. Sua atitude resultou no primeiro passo para a criação de uma das mais importantes reservas de mata atlântica da América do Sul.
Quando o Parque Nacional do Iguaçu foi criado, em 1939, Alberto Santos Dumont já era falecido. Por sua influência, o Parque Nacional carrega as digitais de um dos personagens mais conhecidos da história do Brasil e da história da aviação.
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