escreve as palavras como las entiendes
juntas o soltas
na escola ou na casa
escuta com atención
es la lengua de la integração.

Chipa! Chipa! Quer chipa? Você já escutou, com certeza, esta frase no semáforo da fronteira. E se o corazión bate forte é porque você é fronterizo.

Pouco tem se discutido sobre o portunhol e ele sempre é visto como um erro, mas na verdade o portunhol como movimento da língua(guem) está longe de ser apenas um erro, muito pelo contrário, ele é uma linguagem e forma parte de nossa identidade fronteriza.

O Uruguay, por exemplo, chegou até promover um movimento para declarar o portunhol como patrimônio, e penso que deveríamos propor o mesmo nesta fronteira. Afinal, quantas cenas do portunhol na paisagem linguística da cidade, você já presenciou? Muitas, né?

Quando pensamos no portunhol, pensamos em duas línguas: o espanhol e o português, embora exista um movimento literário: o portunhol selvagem, que defende a mistura ou mescla de espanhol, português, guarani e eu me arrisco a colocar que podemos pensar em outras línguas possível.

Nesta fronteira, ainda estamos tímidos em relação a nossa identidade fronteriza, na do Uruguai com o Brasil os habitantes são chamados de “doble chapa”, mas ainda não temos aqui um conceito para nos identificar nesta região trinacional.

Faça um exercício comigo: quando te perguntam de onde você é? Qual é tua resposta? Será que é que você é: fronterizo? Ou quem sabe inventamos um conceito: “triple chapa”. Que tal?

Talvez ao pensar na integração tenhamos que começar a pensar na importância de pensar nas línguas, inclusive nas nossas relações cotidianas, pois neste portunhol tão nosso é que nos entendemos. Tenha cuidado ao corrigir, o portunhol não tem regra mas tem coração e tem uma fronteira imensa de misturas diversas que brincam a se juntar nesta nossa integração.

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