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Nesses tempos em que se fala muito de Foz do Iguaçu como cidade do futuro, que possamos deixar-lhes algum legado e que sejam melhores que a nossa geração
Em 2022 Foz do Iguaçu completa 108 anos. A maioria das pessoas que hoje moram em alguma das três cidades da Tríplice Fronteira não eram nascidas nos anos 1960 e 1970, quando Foz do Iguaçu completava meio século de existência.
Aliás, é bem possível que a sua família sequer morava na região. Naquele período, a população da Tríplice Fronteira representava apenas 7% do número de habitantes contados nos anos 2010, quando Foz do Iguaçu chegou ao seu centenário.
Portanto, você que está lendo esse texto tem boas chances de ter nascido ou chegado em Ciudad del Este ou em Foz do Iguaçu depois de 1970. No curto período de vinte anos, entre 1970 e 1990, houve um boom populacional na região.
Diferentemente dos seus pais ou avós que pretendiam ficar apenas uma temporada na Tríplice Fronteira, você muito provavelmente não faz planos para mudar de cidade nos próximos anos.
Foz do Iguaçu. Foto: Lilian Grellmann.
Você está no “seu” lugar. Mesmo que talvez ainda não tenha percebido, o tempo passou e você já é pai, mãe, trabalhador, trabalhadora, comprou casa, estudou, fez/faz negócios, ou seja, é protagonista do seu tempo.
Pela primeira vez desde o boom dos anos 70, um número muito grande de iguaçuenses está assumindo postos e tomando decisões pessoais ou coletivas.
Estou falando da geração de nascidos ou chegados a essa região entre 1970 e 1990, na qual me incluo. Cada um de nós, à nossa maneira, estamos assumindo o protagonismo de nossa geração. Somos da primeira geração do boom.
Enquanto assumimos nosso protagonismo, nossos filhos (com cada vez menos motivos para sair da Tríplice Fronteira) estão se formando. Por volta de 2030-2050 será a vez dessa segunda geração de iguaçuenses.
Nesses tempos em que se fala muito de Foz do Iguaçu como cidade do futuro, que possamos deixar-lhes algum legado e que sejam melhores que a nossa geração.