Outubro é rosa, novembro é azul, mas janeiro é branco. É a cor da campanha pela saúde mental e emocional.
Um convite para pensar na saúde da mente e na importância de prevenir o adoecimento emocional. Criada em 2014 por um grupo de psicólogos mineiros, a campanha é brasileira e completa seu sétimo ano. Propõe uma autorreflexão sobre a própria vida, seus sentidos e propósitos, com o intuito de garantir um maior autoconhecimento e bem-estar emocional.
O início do ano é um momento de muitas expectativas e, consequentemente, de grande ansiedade. Vem carregado de metas e planos que podem ou não ser concretizados. É um momento oportuno para essa campanha.
Por meio de palestras e ações diretas, tenta quebrar tabus sobre a necessidade de terapia e informações sobre os principais transtornos. Divulga locais de tratamento gratuito em todo o país e envolve profissionais de diversas áreas na conscientização, como: psiquiatras, assistentes sociais e psicólogos.
Dirige-se para todos, mas especialmente aos jovens em função do grande número de casos de suicídio, depressão, síndrome do pânico, ansiedade e uso de drogas, que vêm crescendo ano após ano nessa faixa etária.
Hoje, as pessoas estão adoecendo em quantidade e ritmo preocupantes. Doze milhões de brasileiros sofrem de depressão. O número é equivalente a 5,8% da população, colocando o país em segundo lugar no ranking da América (atrás apenas dos Estados Unidos). É uma doença que atinge de 20% a 25% das pessoas no Brasil.
A ansiedade, por sua vez, afeta quase 20 milhões de brasileiros (cerca de 9,3% da população). Ela inclui o transtorno obsessivo-compulsivo, problemas de fobia, estresse pós-traumático e até mesmo ataques de pânico. O suicídio é apontado como a quarta maior causa de mortes de jovens em nosso país.

Janeiro Branco tenta diminuir o grande desconhecimento acerca do tema e os obstáculos que dificultam a sua discussão.
A saúde mental sempre foi um tabu na maior parte do mundo.
Os avanços da psicologia e da medicina ainda não conseguiram diminuir muitos entraves. Apenas recentemente a saúde mental começou a ser vista como uma questão social. A reforma da psiquiatria só começou em 2001 e ainda está no começo.
Ainda há pouca compreensão da subjetividade humana como um possível alvo de transtornos e até mesmo de doenças. As pessoas ainda evitam conversar sobre o assunto, por medo de se expor ou de demonstrar suposta fraqueza.
Mas a saúde emocional é tão importante quanto a saúde física. Ambas estão profundamente atreladas. O psíquico e o biológico não podem ser dissociados.
Parcela considerável da população sofre de doenças emocionais sem se dar conta. É o que afirma Andrew Salomon, no seu livro “O demônio do meio-dia”. Muitas pessoas acham que o problema faz parte das dificuldades da vida, quando, na verdade, estão emocionalmente doentes.
A depressão, por exemplo, impede a vitalidade, tão necessária à felicidade humana. Por tudo isso, Janeiro Branco desempenha um papel fundamental ao colocar o assunto em evidência.
Depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais devem ser discutidos mais abertamente para que possam ser amenizados, prevenidos e devidamente tratados. O diálogo é saudável. Urge fomentá-lo. É fundamental chamar atenção sobre o tema, promover debates, apontar caminhos para a convivência com os problemas, e promover seu tratamento.
É importante criar uma cultura de valorização da saúde emocional.
Quem cuida da mente, cuida da vida.
É grande a ligação entre o bem-estar emocional e a qualidade de vida. Problemas todas as pessoas têm. O caminho para conviver bem com eles, resolvê-los e tratá-los passa pela conscientização, diálogo e atitude de buscar terapias adequadas.
O autoconhecimento é o primeiro passo para amenizar os problemas psicológicos e buscar uma socialização mais saudável.