Pra quem ainda não me conhece, meu nome é João Bramatti, sou produtor profissional de vídeos e proprietário da JPDOIS Comunicação e Vídeo. E estou na Europa desde antes da pandemia chegar por aqui.

Recentemente participei de uma live com a 100fronteiras falando sobre como a Itália estava lidando com o Covid-19, o coronavírus. Naquela ocasião estávamos no pico do número de casos no país. Agora, cerca de dois meses depois, relato como a Itália volta ao “normal” e como passamos deste período de quarentena.

Foram cerca de setenta dias de quarentena. Mas quarentena de verdade. Todo mundo “trancado” em casa, polícia nas ruas, ninguém podendo sair a não ser por motivos de saúde ou para fazer compras no mercado. Foi difícil, mas o resultado chegou.
No começo de junho a Itália volta ao “normal”. Comércio voltou a abrir, incluindo bares e restaurantes. Dias depois, museus também reabriram.

O clima é de otimismo. Os italianos fizeram o dever de casa e hoje lotam praças e parques, além de encherem os comércios de suas cidades. Os procedimentos de segurança ainda seguem: uso de máscara obrigatório dentro de comércios e mercados, além de uso de luvas e álcool gel (sempre cedidos pelas próprias empresas).

Falando em comércio, a situação é bem diferente do que vemos no Brasil. Claro que o impacto não foi pequeno, mas são poucas a empresas que fecharam suas portas devido ao coronavírus e a quarentena. Aqui onde estou morando atualmente, em Ferrara, cidade com 120 mil habitantes, da pra contar nos dedos os comércios que vi encerrando suas atividades. Mas claro, impossível comprar com nosso Brasil. Moeda forte, renda per capta completamente diferente e também costumes muito diferentes. Por exemplo: no verão (entre agosto e julho) pequenos comércios costumam fechar as portas por, em média, trinta dias. Os comerciantes vão para as praias ou casas de campo para aproveitarem este período. Fecham de verdade, sem colocar um gerente, familiares ou algo do tipo para manter a empresa aberta durante o verão.

Como empresário também estou sentido o impacto do vírus na minha empresa, mas por ter passado um período que mais parecia cena de filme, aqui na Itália, reforço: se você puder fique em casa. Você não vai morrer por ficar alguns dias no conforto do seu lar, mas pode morrer ou matar (transmitindo o vírus) se não fizer isso.

Fotografias: João Bramatti.

*João Bramatti é bacharel em comunicação social, proprietário da produtora vídeos JPDOIS, da Tattoo Pro Cursos e do canal Time Attack. Profissional há 15 anos como diretor de tv, diretor de vídeos publicitários e à frente do setor comercial das empresas citadas acima.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando a opinião do veículo.