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HoLEP – Enucleação Endoscópica da Próstata com Laser de Holmium é uma técnica cirúrgica consagrada e aceita no mundo há muitos anos.
Embora recente no Brasil, cada vez mais se difunde entre colegas urologistas de vários estados.
Essa técnica é especialmente indicada para tratar pacientes com obstrução urinária causada por próstatas grandes, mas também pode ser utilizada para próstatas menores.
A cirurgia consiste em 2 etapas distintas:
Enucleação;
Morcelação.
Enucleação é a dissecção da próstata da sua loja e remoção do adenoma para a bexiga. A glândula prostática apresenta uma área central e outra periférica (fig.1).
É sua área central que causa obstrução da urina. A dissecção é feita utilizando uma fibra laser que conduz a energia do aparelho (gerador laser) (fig. 2) até sua ponta, onde ele entra em contato com a água do soro fisiológico, então ele a absorve e a esquenta.
Quando o líquido atinge 100o C entra em ebulição e origina uma bolha (efeito Moses). Essa bolha corta e coagula através do calor, além de se dissecar por seu efeito mecânico. Assim é separada a parte central do restante da próstata e se desobstrui a uretra (fig. 3).
Dentre as vantagens do HoLEP, podemos citar:
remoção completa do adenoma, ou seja, a cirurgia é definitiva;
baixa penetração do laser no tecido e maior precisão (0,4 mm), o que faz com que o paciente tenha menos dor no pós-operatório e menor desconforto;
como o laser não entra em contato com o feixe nervoso, não há alteração na ereção do paciente;
apresenta excelente coagulação, de modo que pacientes anticoagulados podem ser operados – praticamente não há necessidade de transfusão sanguínea;
tempo de internação curto, de 1 a 2 dias;
por usar o soro fisiológico evita-se a síndrome pós-RTU;
tempo de sondagem uretral curto, de 1 a 2 dias;
volta ao trabalho mais rápida;
cirurgia endoscópica, ou seja, não tem cortes;
permite operar próstatas grandes (acima de 80g) e também próstatas menores;
permite exame patológico devido o tecido removido não ser queimado, sendo que 5 % dos pacientes podem ter tumor detectado.
Dentre as desvantagens estão:
poucos médicos treinados para fazer a cirurgia;
curva de aprendizagem longa (50 cirurgias);
incontinência urinária transitória, alguns pacientes podem perder a urina após a cirurgia por até uns 3 meses.
Morcelação é a trituração e remoção do adenoma da bexiga. Utiliza-se um equipamento chamado morcelador que corta e aspira o tecido ao mesmo tempo. Essa parte da cirurgia requer cuidado e atenção para evitar lesões da bexiga.Como todo tratamento, este também deve ser indicado pelo seu médico.
Dr. Nario Takimoto é médico formado pela Universidade Federal de Santa Catarina há 26 anos e especialista em urologia e oncologia cirúrgica. É membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. O Dr. Nario é entusiasta da inovação em saúde e um estudioso do tema. Atualmente se dedica especialmente à cirurgia robótica e à cirurgia a laser da próstata.