Os registros foram feitos no Lago das Brisas, no rio Paranaíba em Minas Gerais, pelo instrumento Operational Land Imager (OLI), do satélite Landsat 8, em 17 de junho de 2021, e comparados com os de 12 de junho de 2019.

Reservatórios próximos registraram níveis de água com mais de dois metros abaixo da média, de acordo com o Global Reservoir and Lake Monitor, que monitora variações na altura da água de superfície para aproximadamente 70 lagos e reservatórios em todo o mundo.

De acordo com a Nasa, os baixos níveis de água são perceptíveis ao redor de vários lagos na bacia do rio Paraná, que abrigam várias barragens hidrelétricas e reservatórios que ajudam a fornecer energia à região, como por exemplo a Itaipu Binacional.

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Crise hídrica atinge Paraná e Paraguai. Foto: Rubens Fraulini/Assessoria Itaipu

Segundo a BBC News o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Brasil terá que passar por um “período educativo” de racionamento de energia para evitar uma “crise maior”. Mais tarde, voltou atrás.

Lago das Brisas, Minas Gerais

“Falei há pouco com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esclareceu que a Medida Provisória não irá trazer qualquer comando relativo ao racionamento de energia. Será feito o incentivo ao uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária”

Disse Arthur Lira.

Os níveis de água do rio Paraná estão cerca de 8,5 metros abaixo da média perto da fronteira entre Brasil e Paraguai. A baixa vazão pode interromper o tráfego de navios de carga na bacia e tornar o transporte de mercadorias mais caro.

Mapa do Brasil, segundo Índice de Estresse Evaporativo
Mapa do Brasil, segundo Índice de Estresse Evaporativo.

Outra imagem compartilhada pela Nasa mostra o impacto da falta de chuvas na vegetação. Esse chamado Índice de Estresse Evaporativo (ESI, na sigla em inglês) incorpora observações das temperaturas da superfície da terra dos satélites.

As observações do ESI são uma medida de evapotranspiração, ou quanta água está evaporando da superfície da terra e das folhas das plantas.

“Com base nas variações nas temperaturas da superfície da terra, o mapa ESI indica como a taxa de evapotranspiração de 7 de maio a 4 de junho se compara com condições normais. As áreas marrons indicam plantas estressadas devido à umidade inadequada, mesmo que suas folhas ainda não tenham murchado ou se tornado visivelmente marrons. Grande parte da vegetação estressada está localizada em Estados agrícolas importantes, incluindo Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná”.

diz a Nasa, em seu site.

Segundo especialistas, a escassez de chuvas está em grande parte relacionada ao fenômeno La Niña, resfriamento periódico nas águas do Oceano Pacífico que tende a reduzir as chuvas no centro-sul do país.

“É uma resposta preguiçosa atribuir a variação nos reservatórios apenas ao El Niño ou à La Niña”.

disse o geógrafo Yuri Salmona, doutorando em Ciências Florestais pela Universidade de Brasília (UnB), à BBC News Brasil em entrevista recente.

Nos últimos anos, vários especialistas têm associado o desmatamento na Amazônia à diminuição das chuvas em outras partes do Brasil.

Segundo eles, a derrubada das árvores faz com que a floresta deixe de bombear para a atmosfera uma imensa quantidade de água que posteriormente se transformaria em chuva, os chamados “rios voadores”.

No início de junho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou “situação crítica” de escassez de recursos hídricos na bacia do rio Paraná de junho a novembro de 2021.

Fonte: BBC News.

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