Foz do Iguaçu vive um verdadeiro canteiro de obras, com diversas construções acontecendo de forma paralela, sejam obras públicas como privadas. No entanto, a construção do novo Porto Seco na cidade tem gerado preocupação e alerta por parte de alguns especialistas, devido a região onde ela deve ser construída.
Atualmente está rolando nos grupos de mensagens e redes sociais um abaixo-assinado contra a construção do Porto Seco em área urbana do município.
Ao entrar no link da petição, que até o momento conta com 1 mil apoiadores, o responsável pela criação do abaixo-assinado, Ivo Valente, destaca os seguintes pontos:
A Receita Federal do Brasil (RFB) vai lançar em março um edital para construção de um novo Porto Seco em Foz do Iguaçu. Entre as áreas que podem abrigar o entreposto aduaneiro, duas ficam na região leste da cidade, na altura das Avenidas Felipe Wandscheer e Maria Bubiak, onde há grande concentração de loteamentos, condomínios, chácaras e a presença do Rio Tamanduazinho.
A construção de um novo Porto Seco é importante e fundamental para Foz do Iguaçu. Porém, é preciso lembrar que se o entreposto for instalado em área urbana trará inúmeros impactos à vida dos moradores e ao meio ambiente tais como:
1. Aumento do fluxo de caminhões na região
2. Desvalorização dos terrenos circundantes para fins residenciais, de recreação ou de turismo.
3. Risco de contaminação dos corpos de água, do ar e do meio ambiente em casos de tombamento ou vazamento de conteúdo químico transportado pelos caminhões.
4. Risco de acidentes envolvendo a travessia de pedestres e animais domésticos.
Para entender mais sobre esse assunto, a 100fronteiras conversou com a arquiteta urbanista, especialista em Engenharia Econômica, mestre em Engenharia de Produção e doutorando em Ergonomia Urbana, Patrícia Maria Costa Alves, que acompanha o caso desde 2015.
Segundo ela, já naquela época foi feito um parecer indicando a área ideal, a pedido do então delegado da Receita Federal. No entanto, depois que o assunto veio a pauta neste mês, ela junto com um grupo de moradores e profissionais da área participaram da audiência pública da RF para o lançamento do edital e atualmente aguarda uma oportunidade para se reunir com a Receita.
“Estamos, desde então movimentando a causa, em conversas com o Prefeito e com o vereador Adnan. Também fomos ao Concidade, fizemos o abaixo-assinado. O Prefeito ficou de reunir-se também com a RF para conversar sobre o edital e disse que estaria conosco na causa”, relata.
Patrícia destaca que em 2015 sugeriu uma área, que, por sinal, era a prevista no Plano Diretor. Mas no edital, a RF abriu para toda a cidade, dividindo-a em três regiões, em função do tipo de acesso da área, seja para a Perimetral ou BR 277.
“Conforme o edital, quem irá propor a área serão os concorrentes. Aí reside o perigo, pois os interesses são diversos e certamente não confluentes com o interesse dos moradores e com a lógica de um plano urbanístico ergonômico: que respeite a vocação das áreas da cidade, a segurança, a mobilidade urbana, a preservação ambiental, a possibilidade de expansão urbana, dentre outros aspectos. Por isso, a proposta do abaixo-assinado é registrar a manifestação popular em defesa da qualidade de vida urbana e de indignação com relação à falta de critérios racionais na escolha da área”, reforça a arquiteta.
Para quem desejar participar do abaixo-assinado, basta acessar esse link.