Uma das ações solidárias mais importantes que o ser humano pode fazer é doar sangue. Em Foz do Iguaçu o Hemonúcleo está desde 1996 trabalhando na captação e manutenção de sangue humano para abastecer os hospitais da cidade e região. No entanto, é a ação voluntária das pessoas que mantém o banco de sangue abastecido.

Para isso, o Hemonúcleo de Foz lançou uma campanha para arrecadar doadores de sangue, principalmente dos tipos O+ e O-, e a 100fronteiras abraçou essa ideia e por isso te convida, amigo leitor, a entrar nessa campanha de solidariedade conosco, pois seu simples gesto pode salvar até quatro vidas.

Atualmente o estoque da instituição está baixo e preocupa os profissionais de saúde de Foz do Iguaçu. Entrevistamos a gerente do Hemonúcleo de Foz do Iguaçu, Solange Nunes, que respondeu algumas dúvidas sobre doação de sangue. Confira:

100fronteiras – Como é feito o agendamento da doação?

O agendamento é realizado através do telefone, no número (45) 3576-8020.


100f. – Caso a doação seja para uma pessoa específica, como posso fazer?

A doação não é dirigida, isto é, a doação vai para o estoque, não quer dizer que o receptor irá receber aquela determinada bolsa. Mas o doador pode informar o nome do paciente para o qual está indo repor.


100f. – Qual é o tipo de sangue que está mais em falta? Qual solicitam mais para doação?

Todos os tipos de sangue são extremamente importantes, porém normalmente os tipos O negativo, O positivo e A negativo são os mais utilizados.

100f. – Por conta da pandemia de Covid-19, quais procedimentos foram tomados na questão de higiene, doação e agendamento?

Sempre fomos muito rigorosos com relação a higiene dentro do Hemonúcleo.
Com a chegada da pandemia, o Hemonúcleo passou a fazer o agendamento das doações de sangue, visando manter o distanciamento físico entre os doadores e assim evitar aglomerações.
Fazemos também uma pré triagem na entrada com a verificação da temperatura e orientações.

100f. – Porque sempre ocorre a falta de doadores de sangue?

O Hemonúcleo precisa ter constância de doadores de sangue a fim de garantir a estabilidade dos estoques. A demanda é sempre elevada por diversos motivos como por exemplo: as vítimas de acidentes, cirurgias e aqueles pacientes com doenças hematológicas e doentes oncológicos que necessitam frequentemente de transfusões. Nossa maior preocupação é com as plaquetas, que duram apenas cinco dias.

100f. – Qual período que ocorre a baixa nas doações?

No período das férias escolares, quando muitas famílias deixam a cidade, temos uma diminuição na demanda de doadores.

100f. – Para os doadores de primeira viagem, como funciona o procedimento?

Doar sangue é simples e seguro. Para quem o recebe, no entanto, esse gesto é valioso, pois pode valer uma vida. O organismo repõe o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação. Todo o material utilizado na coleta é descartável, o que elimina qualquer risco de contaminação para o doador. A idade máxima para doação é até 69 anos, desde que já tenha doado pelo menos uma vez antes dos 60 anos, doador menor de idade somente com a presença do responsável legal. O doador deve se alimentar bem, estar em boas condições de saúde, pesar mais de 50 quilos, evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação, apresentar documento original com foto, emitido por órgão oficial e válido em todo o território nacional.

Pequenos gestos que salvam

A 100fronteiras também conversou com alguns doadores de sangue que nos contaram como foi a experiência e a importância de tal atitude. Confira.

Pâmela Gallas Buche (O+)

“A primeira vez que doei foi em 2011, quando o pessoal do Hemonúcleo de Foz do Iguaçu veio para Missal com um ônibus de doação e coletaram sangue aqui, então ficou super fácil para realizar a doação. Confesso que eu tinha um certo receio, mas como doei e foi supertranquilo, comecei a pesquisar a importância da doação de sangue e com isso cresceu dentro de mim uma vontade de doar sempre. Acontece que infelizmente para gente sair das cidades pequenas e ir para Foz ou Cascavel doar é meio que “sempre na necessidade”, digamos assim, quando alguém está precisando e acabamos ouvindo os familiares pedirem por doação”.

Ela comenta que já conversou com muitas pessoas que tem vontade de doar frequentemente, porém por não ser tão perto, ou tem a questão do trabalho de não poder sair, mesmo que sejam doadores, acabam não indo doar porque encontram dificuldades.

Pâmela também nos contou um episódio recente que ocorreu na família, quando o sogro Francisco precisou de doação de sangue para fazer uma cirurgia no coração. “A situação do Chico (como chamamos carinhosamente) foi assim: na quarta (02 de setembro) ele teve uma sensação ruim, um desconforto durante uma partida de futebol e decidiu ir até o pronto socorro. Lá ele foi avaliado e passou a noite. Na quinta-feira (03) foi transferido para o Hospital Costa e após realizar exames, descobriram que ele teve um enfarte, o terceiro já. Desde então ficou internado na UTI coronariana até no domingo (06) e depois foi para o quarto, aguardar a cirurgia. Quando marcaram a cirurgia para o dia 10 nos mobilizamos atrás de doadores de todos os tipos sanguíneos para repor o banco de sangue, e conseguimos várias respostas positivas, graças a Deus. Porém na manhã seguinte, pouco antes da cirurgia, a equipe médica informou que não havia o tipo sanguíneo do Chico, O-, e, portanto, precisaríamos mobilizar doadores desse tipo sanguíneo em específico”.

Ela conta que essa foi a parte mais complicada, pois é um tipo sanguíneo mais difícil de encontrar. Mas destacou que a equipe do Costa se mobilizou e entrou em contato com os doadores cadastrados e conseguiram várias doações. Ao mesmo tempo várias pessoas responderam ao pedido e prontamente se ofereceram para doar. “A gente percebe que a corrente do bem é poderosa, em poucas horas conseguimos atingir um número gigantesco de pessoas que compartilharam o pedido pelos aplicativos. Não apenas para o Chico, mas por todas as pessoas que estão internadas e as que possam vir a internar, a prática da doação de sangue precisa ser constante, pois é nos momentos de necessidade que vemos a dificuldade em encontrar doadores compatíveis. Precisamos manter o banco de sangue sempre abastecido, temos amor correndo nas veias, e ser doador é uma benção de Deus. Há tantas pessoas que gostariam de doar, mas que são impossibilitadas, então pedimos para aquelas que tem esse dom, que podem salvar vidas, que sejam multiplicadores de vida e doem sempre que puderem”, finaliza.

E se tratando de solidariedade Neusa Miguens entende bem. Dedicando a vida toda em prol de ajudar o próximo, ela também é responsável por captar doadores de sangue em Foz do Iguaçu. Inclusive, ela teve participação na busca por doadores de sangue O- para o Francisco. “Fazemos um trabalho de doação, com as Voluntárias Cisne Branco, a Capitania Fluvial do Rio Paraná, o Exército, a Aeronáutica, enfim com as forças armadas. Todos abraçam a causa da doação de sangue. Lembro-me de um dia muito especial onde foram os Militares da Marinha (Capitania Fluvial do Rio Paraná), no dia seguinte os militares do Exército (parou um ônibus repleto de militares) e no terceiro dia foram as Voluntárias Cisne Branco e família Naval. No quarto dia a Aeronáutica, DTCEA- FI, desde o Comandante até o cadete. Enfim, é muito emocionante mobilizar uma nação toda para fazer o bem.”

Serviço
Avenida Gramado, nº 364 – Vila A.
Se você está saudável e quer doar, ligue para (45) 3576-8020 e agende um horário.