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O Portal 100fronteiras.com foi contatado por um leitor a respeito de problemas sobre mobilidade urbana em Foz do Iguaçu. O primeiro contato foi feito em época de muita chuva na cidade, quando o leitor Júlio Landriel nos enviou um e-mail relatando os problemas em frente à sua casa.

“Na esquina da Avenida República Argentina com a Rua Javaé existe uma curva bastante acentuada de, aproximadamente, 90 graus e, quem segue na Avenida República Argentina e entra na Rua Javaé, além da curva acentuada, enfrenta um declive. Neste local não há sinalização para esta curva e, infelizmente, como muitos motoristas não conhecem o trajeto, acabam por invadir a pista no sentido contrário ou motoqueiros sofrem quedas. Estes eventos são diários. Já enviei esta mensagem a Foztrans, mas não obtive resposta. No dia de hoje, com chuva, houve quatro quedas de motociclistas. Peço encarecidamente que auxiliem aos cidadãos de Foz para que seja instalada alguma sinalização, redutor de velocidade ou algo neste local afim de evitar acidentes ainda mais graves”.

E-mail de Júlio.
e-mail de Júlio Landriel a FOZTRANS
E-mail de Júlio Landriel para a FOZTRANS.

Nós fomos até o local para reconhecer o problema que Júlio apresentou. Logo no início da visita, foi possível perceber que naquela curva, existe uma grande movimentação de veículos. Para atravessar a rua é preciso ter muita atenção, visto que a visibilidade é ruim e não há faixa de pedestre.

Fim da Avenida República Argentina e início da Rua Javaé.

A situação das calçadas dessa região que inclusive é próxima ao Terminal de Transporte Urbano são precárias, com um início mas não um fim, e com lugares que nem calçadas têm.

Situação das calçadas.

Coincidentemente, enquanto estávamos coletando os dados para esta matéria, encontramos uma senhora andando nas calçadas precárias, Arlete Aparecida estava a caminho do Terminal de Transporte Urbano, era perceptível a dificuldade que ela estava para passar por ali, ainda mais de muleta.

Arlete é lavadeira, está em Foz do Iguaçu há 30 anos e passa pelo local frequentemente, pois ela precisa ir até uma clínica que fica na região.

“A maior dificuldade de passar por aqui são os carros, porque não tem sinalização nenhuma, não tem faixa de pedestre, nada…”

comenta Arlete Aparecida.

Arlete passa pelo local há pelo menos 10 anos, e comenta que sempre foi “assim”, sem acessibilidade.

Arlete Aparecida, lavadeira e mora em Foz há 30 anos.

Motocicletas e chuva: algo que não combina nesta curva

Não são só os pedestres que enfrentam dificuldades para passar no local, Júlio menciona que em dias chuvosos, vários motociclistas se perdem na curva e acabam caindo, mas até hoje, não aconteceu nenhuma queda grave.

“Geralmente não são acidentes graves, mas eles caem e se machucam e estamos torcendo para que nada mais grave aconteça”.

Comenta Júlio Landriel.

Júlio mora na região desde o início de março, e comenta que a partir de julho, os acidentes começaram a ser frequentes, devido a movimentação que aumentou. Além de todos os pontos mencionados, existe um barranco na curva.

Também conversamos com Wellington Vitor, que é porteiro do condomínio que fica localizado em frente à curva. Ele diz que já presenciou acidentes na região, tanto de dia como a noite.

Além de não ter sinalização indicando a curva acentuada não tem iluminação nenhuma naquele ponto, muitos motoqueiros caem ali porque quando se dão conta da curva ainda estão em uma velocidade muito rápida.”

Explica Wellington.

Nós procuramos Alexandre Balthazar, arquiteto, professor e coordenador do curso de arquitetura na UniAmerica para nos dar uma visão técnica dos possíveis problemas que a região sofre.

Com a análise dele, foi possível perceber que faltam bocas de lobo (para drenar a água da chuva), e em dias chuvosos toda a água escorre para o barranco, fazendo com que a curva fique ainda mais perigosa.

Outra opção seria a aplicação de Guard Rail (barras de ferro na curva) para evitar que o motorista se perca na curva. Lombadas ou redutor de velocidade e faixa de pedestre. Na conversa Alexandre faz o seguinte questionamento: se a Avenida Beira Rio está logo abaixo, porquê não unir as duas vias e fazer uma curva mais suave?

Posicionamento Foztrans

Entramos em contato com a FOZTRANS e com a Secretaria de Obras a respeito dos problemas no local e o posicionamento. A Secretaria de obras nos retornou a respeito da falta de boca-de-lobos.

“No Jardim Festugato, onde está localizada a Rua Javaé, por exemplo, em 2019 a Prefeitura de Foz do Iguaçu investiu mais de R$ 650 mil em obras de drenagem. No período, foram instalados quase 900 metros de tubulações para o escoamento de águas pluviais, iniciando a cerca de 50 metros após a Avenida JK em direção a Rua Javaé, passando pelos cruzamentos da Rua Tarobá, Rua Ipacaraí, Rua Ramon Santa Cruz Aguadyo, Rua das Missões e penpendicularmente entrando na Rua Javaé sentido norte, desaguando ao final da Rua Javaé, em uma Área de Preservação Ambiental (APP). São muitas as demandas de obras de drenagem, que têm um alto custo, e a prefeitura vem trabalhando para conseguir investimentos para a execução destes trabalhos.”

Resposta da Secretaria de Obras do Município.

Resposta da FOZTRANS. 100f: Vocês já receberam algum tipo de reclamação sobre a localização?

“Até o momento, o Instituto de Transporte e Trânsito de Foz do Iguaçu – Foztrans não recebeu reclamações da forma colocada sobre a curva, apenas de velocidade no trecho seguinte.”

FOZTRANS.

100f: Existe projetos de revitalização para a região? Como novas placas de sinalização, calçadas, faixa de pedestre?

“As equipes do Foztrans estão avaliando as necessidades da região para possível implantação de melhorias no trânsito.”

FOZTRANS.

100f: Moradores apontam queda de motociclistas na curva principalmente em dias chuvosos. A curva acentuada está localizada em um acesso importante para a cidade, o acesso para a Beira Rio. Quais providencias a Foztrans tomará diante desta situação?

“Caso seja constatada a necessidade, poderão ser realizados reforços na sinalização vertical de advertência como medida mais imediata para amenizar a situação. Porém, ressaltamos que estas quedas não foram relatadas à Divisão de Engenharia de Tráfego.”

FOZTRANS.

100f: Além do problema em relação à rua e falta de sinalização, também existe o problema dos pedestres, pois a falta de calçada é visível e para atravessar a rua é complicado devido ao movimento e pouca visibilidade por causa da curva. Por ser uma região próxima ao TTU, o local merece uma atenção. Por que existe pouca sinalização ali? Por que não tem faixa de pedestre?

“Em relação às calçadas o Foztrans informa que será enviada à Secretaria da Fazenda solicitação para que seja feita a fiscalização e, se necessário, notificação para que os proprietários dos lotes construam e realizem as padronizações necessárias, segundo a lei de calçadas do município. Em relação às faixas de pedestres, existem faixas em pontos de travessia identificados e escolhidos de forma a promover a travessia segura, como no encontro da Avenida República Argentina com a Rua Missões. Ou seja, não é recomendada a implantação de faixa de pedestres em situação de curva, o que dificultaria a visualização do motorista e do pedestre, colocando ambos em situação de risco.

FOZTRANS.

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