Seguimos perdendo amigos. E perder Sérgio Lobato é como deixar um buraco em nossos corações, incluindo no da jornalista que tristemente escreve essa nota, e também um buraco na história e progresso de Foz do Iguaçu. Esse senhor, tão simpático e vívido, contribuiu e muito para o desenvolvimento da cidade.

Talvez muitos não saibam, mas foi Lobato que deu início as tratativas para a construção da Segunda Ponte, entre Brasil e Paraguai.
Um legado para a comunidade
Lobato chegou em Foz do Iguaçu ainda garoto, na década de 50, quando o pai foi pioneiro em cartórios na cidade. Mais tarde, na década de 70, seu pai vendeu o negócio e voltou para Curitiba, cidade natal da família. Lobato ficou. Deu seguimento ao trabalho imobiliário, administrou postos de gasolina e ainda foi sócio-fundador de importantes hotéis. Mas a marca que Lobato deixou em Foz do Iguaçu é muito maior que isso e tem a ver com anos de dedicação a uma cidade que ele escolheu para chamar de sua.
Ele era jovem quando participou da inauguração da Ponte da Amizade, e ver uma obra tão grande sendo construída lhe chamou muito atenção. Anos mais tarde, em 1980, era dono de uma agência de turismo e levava turistas brasileiros para a Argentina. A travessia era de balsa. Isso fez com que um grupo de hoteleiros procurasse Lobato para que juntos desenvolvessem um projeto de construção de uma ponte. Foi quando começaram a estudar a viabilidade e negociar com os presidentes de ambos os países. Eles realizou diversas viagens até que em 1985 a Ponte da Fraternidade foi inaugurada.

Com o mérito de ter contribuído para a construção de uma grande obra, Lobato não parou. Foz estava crescendo, e o fluxo de caminhões que cruzavam a fronteira era cada vez maior. Com isso a necessidade de uma segunda ponte entre Brasil e Paraguai era cada vez mais gritante. Visionário e sabendo da importância desse caminho, Lobato encontrou-se com o cônsul do Paraguai em 1993, Dr. Aparício Fretes Farias, e juntos formaram uma comissão, da qual ele foi eleito presidente pelo Comitê de Fronteira, para a construção da ponte e da Perimetral Leste, com a intenção de desviar o movimento de veículos pesados de carga do centro de Foz.
Novamente ele viajou a Brasília para negociar a viabilidade, assim como também manteve contato com o presidente do Paraguai por meio do cônsul. Mas a construção dessa obra demorou mais. Foram anos e anos de viagens e negociações, e o que parecia que nunca sairia do papel ganhou vida em 2019.
Foram quase 30 anos de luta que Lobato acompanhou de perto sem nunca desistir. Quando fomos com ele até o canteiro de obras na região do Marco das Três Fronteiras, Lobato comentou: “É um sonho. Não parei nenhum minuto de lutar por essa obra, então ver ela sendo construída é algo gratificante pra mim.”
Além desse importante papel frente à cidade, Lobato também foi secretário de Turismo por três vezes e vereador por dois mandatos, uma vida toda trabalhando em favor da cidade e da família.
E infelizmente, nosso querido amigo nos deixou hoje (25) devido a uma insuficiência respiratória. De acordo com o jornal GDia, Lobato ficou mais de um mês lutando pela vida em uma UTI devido as sequelas do novo coronavírus. (Atualização 26/03). Agora ele parte rumo a uma nova missão em outro plano. Infelizmente não conseguirá ver em vida as obras da Segunda Ponte, tão sonhada por ele, serem concluídas.
Fica aqui registrado os nossos profundos sentimentos a toda a sua família e também essa singela homenagem, que um dia já registramos nas páginas da 100fronteiras, e que agora marcará para sempre nossos corações.

Adeus velho amigo! Pessoas que te conhecem e conheceram sua história, sabem o tanto que fez em prol da cidade de Foz do Iguaçu. .. deixará saudades,que Deus o receba e conforte os corações dos seus amigos e familiares 🙏…😔
Fará muita falta!
Meus sentimentos aos familiares.
Obrigada pelo comentário.
Muito triste pela perca um grande homem uma grande pessoa
Um grande empreendedor…Lobato ficará na história de nossa cidade.
Sim, uma triste perda.
Bem elaborado seu texto para uma pessoa especial, conheci bem o Sérgio, pois trabalhei por muitos anos na Secretaria de Turismo e principalmente na Foztur, empresa de turismo de Foz do Iguaçu. Sou nativo de Foz e pertenço a família Grignet, crescemos com seu filho Cássio Lobato em festinhas de aniversários, disco nos anos 80, Country, Salvatti e tantos outros lugares e sempre o Sr. Lobato estava lá ou para buscar os filhos ou simplesmente para dar um conselho. Que Deus conforte toda família, pois bem sei que não é fácil perder a figura paterna. Um Grande e Fraterno Abraço
Obrigada pelo comentário Henrique, realmente sentimos muito por essa grande perda.