No último volume da Revista de História Regional, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, os professores Micael Alvino da Silva, Marcelino Lisboa e Heloísa Gimenez, publicaram o artigo o “Extremo Oeste”. De acordo com os professores da Unila, a história de Foz do Iguaçu é diferente da história do restante do oeste do estado.

Os historiadores do Paraná explicam todo o oeste do Estado por duas chaves: as “obrages” (o sistema de exploração de erva-mate e madeira, vigente de 1880-1940) e a “frente sulista” (a formação de povoados por pessoas vindas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, agenciadas por empresas colonizadoras, depois de 1940).

Com a confecção de mapas históricos, demonstramos que o território de Foz do Iguaçu esteve preservado de ser formalmente uma “obrage”.

Sem “obrages” e sem “frente sulista”, a história de Foz do Iguaçu está atrelada ao contexto internacional de relações entre o Brasil, Argentina e Paraguai.

Isso porque, em 1889, foi criada e demarcada a área da Colônia Militar. Essa delimitação permaneceu mesmo depois de extinta a Colônia.

Depois de 1950, quando a “frente sulista” as futuras cidades do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu não foi alvo de uma companhia colonizadora (como foram as demais cidades da rota da BR-277, por exemplo).

Então, como podemos explicar a história do lado brasileiro da Tríplice Fronteira? Argumentamos que a história de Foz do Iguaçu, por ser o ponto de confluência entre Argentina, Brasil e Paraguai, teve outros marcos no seu desenvolvimento. Mais do que isso, sua história se vincula com as questões de ordem internacional.

Por exemplo: a criação do Parque Nacional do Iguaçu (1939) foi uma decisão tomada, em partes, como reação à área de preservação criada pelos Argentinos (Parque Nacional Iguazú, 1934). Já a Ponte da Amizade (cuja pedra fundamental foi lançada em 1957), partiu de uma decisão de integração mútua entre Brasil e Paraguai.

Para assistir ao debate promovido pelo Grupo de Pesquisa sobre a Tríplice Fronteira da Unila, será transmitido e ficará disponível no YouTube: https://youtu.be/xK0RD1VvLh0

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