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Na década de 1920, a proposta de ligar Foz do Iguaçu à Curitiba, capital do Estado do Paraná começou a ganhar forma, impulsionada pelo empenho do então presidente do Estado (governador) Affonso Alves de Camargo.
Contudo, essa tão necessária rota estratégica não surgiu apenas de maquinários e planejamento, mas sim do esforço conjunto da população, que gradualmente abriu e otimizou trechos do trajeto. Quem observa essa tão importante rodovia, que liga o Oeste ao Litoral paranaense, nem imagina a luta árdua dos cidadãos daquela época.
Construção da BR-277
A história da BR-277, como é conhecida hoje, foi marcada por obstáculos e dificuldades. Somente nas décadas de 30 e 40, durante a gestão do então presidente Getúlio Vargas, foram implementadas melhorias notáveis na via, porém a carência de manutenção continuava a ameaçar sua durabilidade.
Os moradores da fronteira sentiam-se isolados, e Foz do Iguaçu enfrentou um período de 90 dias sem suprimentos, transformando-se em uma espécie de “extremidade intransponível” por terra. A maioria do transporte era feito por barcos pelo Rio Paraná.
O panorama começou a mudar na segunda metade da década de 50, quando o presidente Juscelino Kubitscheck mostrou interesse na região, impulsionando a edificação da Ponte da Amizade, seguida pelas aprimorações na Rota Estratégica. O processo de asfaltamento avançou, porém a construção se prolongou por duas décadas, até que os militares que assumiram o poder em 1964 tomaram a responsabilidade de concluir a rodovia. Em 1969, os residentes Costa e Silva e Alfredo Stroessner inauguraram a BR-277.
A importância da rodovia
Essa importante via se estende pelo Paraná, de Leste a Oeste, conectando cidades relevantes como Paranaguá, Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Cascavel e Foz do Iguaçu.
Sua relevância econômica é indiscutível, fazendo parte da Rodovia Panamericana, que se estende até a capital peruana. Além de escoar a produção do Porto de Paranaguá, a BR-277 é vital para o desenvolvimento socioeconômico, político, estratégico e turístico do Paraná e do Brasil.
BR-277 hoje
Entretanto, ao longo das décadas, a duplicação total da rodovia ainda é um desafio não concretizado, resultando em engarrafamentos e riscos para os usuários. A sociedade civil e os condutores clamam por mais aportes e celeridade na duplicação, com o objetivo de prevenir acidentes e perdas para a economia estadual.
Outra questão enfrentada pelos habitantes do Paraná era o valor elevado do pedágio, cobrado pelas empresas concessionárias responsáveis pela administração da rodovia desde 1997. A população demanda uma revisão das tarifas das novas concessões a fim de tornar o uso da BR-277 mais acessível e equitativo.