A união entre dois países vizinhos, Brasil e Paraguai, construiu uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo.

Hoje, dia 26 de abril, o Tratado de Itaipu completa 50 anos. Nesse mesmo dia, em 1973, o Brasil e o Paraguai assinaram o documento que deu origem a uma das maiores usinas hidreletrica de Itaipu.

Esse tratado desejou aproveitar o potencial hidráulico do Rio Paraná para gerar energia. E, foi assinado durante a Ditadura Militar pelo presidente brasileiro Emílio Médici e o presidente paraguaio Alfredo Stroessner.

“O tratado de Itaipu foi o início de uma nova etapa nas relações internacionais da região. Estabeleceu uma nova política de Estado nestes 50 anos”, diz Micael da Silva, professor de História das Relações Internacionais na Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana).

Em entrevista dada ao Jornal Folha de São Paulo
Presidente do Paraguai e Presidente do Brasil, respectivamente. Imagem – Arquivo Itaipu

De acordo com historiadores, o Tratado foi fundamental para constituir a empresa Itaipu e iniciar a construção da Usina em 1975. Com isso, também aconteceu impactos negativos como o fim das Sete Quedas, o grande impacto ambiental, alto custo da construção e porte avantajado da obra. Ainda de acordo com os estudiosos, isso só aconteceu por ter sido apoiada por presidentes de regimes ditatoriais.

Sete Quedas durante o alagamento para formar o lago da Itaipu. Foto – Acervo Itaipu

Com 25 artigos, o Tratado de Itaipu possui o Anexo A que aborda o estatuto da entidade binacional Itaipu. O Anexo B que diz sobre as instalações para a produção de energia. E, por último, o Anexo C trata sobre o financeiro e prestação de serviços.

Ainda em 1973, foi acordado que o Anexo C poderia ser ser revisto quando a dívida fosse quitada. Considerada uma das obras mais caras do planeta, a Itaipu Binacional se livrou da dívida em fevereiro desse ano de 2023. Logo, a discussão promete acontecer no segundo semestre.

”Se depender do Brasil, iremos defender o modelo atual do Tratado. Poré,. está claro que devemos escutar nossos sócios paraguaios”, disse o diretor-geral da Itaipu do Brasil.

Enio Verri

Segundo Enio Verri, ambos os países querem uma energia de qualidade e de preço justo.

No dia 30 de abril, o Paraguai vai às urnas escolher um novo presidente. Logo, após a decisão, os líderes de Estado dos dois países irão fazer uma negociação histórica.

Comemoração de 50 anos

Uma data tão especial como essa, merece celebração. No Edifício de Produção, bem no centro da barragem, autoridades dos dois países realizarão um ato para celebrar os 5o anos do Tratado de Itaipu às 9h.

O evento terá a presença do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, e do diretor-geral paraguaio, Manuel María Cáceres Cardozo. Além de contar com os ministros brasileiros de Minas e Energia, Alexandre Silveira; da Fazenda, Fernando Haddad; de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e da Casa Civil, Rui Costa.