100fronteiras: Quem é Rogério Quadros?
Rogério Quadros: Sou natural de Foz do Iguaçu, tenho 49 anos, sou casado, pai de dois filhos que sempre estudaram em escola pública. Formado em técnico de contabilidade, bacharel em direito e pós-graduado em segurança pública. Também, policial civil aposentado. Fui escrivão de polícia e me aposentei como investigador.
Tenho 26 anos de Polícia Civil, com ficha excepcional. Com 16 anos comecei a trabalhar com carteira assinada na Prefeitura como técnico de vigilância sanitária e em 1994 fiz o concurso do estado sendo aprovado para escrivão da Polícia Civil. Comecei a trabalhar em Marechal Cândido Rondon, Guaíra e depois Foz onde trabalhei em todos os distritos. Me criei no Jardim São Paulo.
100f: Qual o vínculo da sua família com a política?
Rogério: Meu pai sempre foi uma liderança, sendo presidente de bairro, presidente da igreja e presidente do time de futebol e naquela época muito difícil, em 1978, procuravam ele para algum atendimento, então ele sempre teve esse perfil de liderança política na região.
Minha mãe foi funcionária pública por 31 anos e fundou o primeiro Clube de Mães da região do Jardim São Paulo. Na época muitas senhoras que estavam em casa criaram o sentimento de que podiam trabalhar, ganhar um dinheiro extra, trabalhando com corte e costura e cabeleireira e hoje ainda trabalham, tendo uma renda extra no lar.
Por conta disso, minha mãe foi convidada para ser coordenadora do posto de saúde do Jardim São Paulo. Depois foi convidada para inaugurar a creche também do Jardim São Paulo e, como era enfermeira, por último trabalho no CCI (Centro de Convivência do Idoso). Então ela sempre teve esse trabalho mais voltado ao ser humano.

100f: Como iniciou na vida política Rogério Quadros?
Rogério: Com base na experiência dos meus pais e pela minha região sempre ser esquecida pelo poder público há 16 anos eu coloquei meu nome a disposição para concorrer ao cargo de vereador. Na primeira eleição não obtive êxito, assim como na segunda. Na terceira vez como candidato, em 2016, eu fui eleito e fiquei em oitavo lugar.
Porém, o que eu queria apenas como vereador era ajudar a minha comunidade. Mas devido a toda a situação da prisão de 12 vereadores, eu assumi a presidência da Câmara de Vereadores, pela minha experiência de 35 anos de servidor público.
Sendo assim, iniciei um trabalho de enxugamento dos gastos. A população na época exigia muitas mudanças. E quando você toma essas decisões você contraria muitos interesses. Eu fiz o que a população queria, mas muitos colegas não queriam.
O meu diferencial foi que chamei os servidores e expliquei que precisávamos fazer algumas mudanças e partiu deles essas alterações. Trabalhamos muito em 2017 e 2018. E no final de 2018 fomos para Brasília junto com o prefeito da cidade para vermos a alteração dos royalties e isso foi positivo porque Foz do Iguaçu aumentou o percentual de recebimento de royalties.
Além disso, destaco também o serviço de delivery durante essa pandemia que foi um requerimento que solicitei, por conta do comércio fechado, e foi aceito, assim como a abertura mais cedo do comércio também.
E mesmo com todos esses trabalhos eu não deixei de visitar as minhas bases, fazer reuniões na nossa região, que recebeu uma série de melhorias em pavimentação. Tudo isso melhorou a mobilidade desses bairros antigos da cidade. E tudo isso feito por meio de reuniões com a população que fez essas reivindicações.
100f: Imaginava que seria reeleito?
Rogério: Tendo em vista esses trabalhos que realizamos esperávamos sim a reeleição. Mas quem decide é o povo, e nossa reeleição foi o reconhecimento do trabalho de três anos e meio, com resultados. Porque a população quer resultados positivos e concretos e nós conseguimos isso. Mas foi uma eleição muito difícil e o povo trouxe a ideia de renovação. A renovação é boa, mas tem que ser com pessoas capacitadas, pessoas que realmente venham somar.
A renovação precisa ser alinhada à experiência positiva. Conversei com alguns colegas eleitos e deu pra ver o brilho nos olhos. Esperamos que isso continue, que não se percam no meio do caminho, porque sabemos que muitas pessoas podem mudar a partir do momento que assumem um cargo público. E o vereador é servidor da população, está para servir e não ser servido.
100f: Para você, qual a função do vereador?
Rogério: A função é legislar, mas ele é um canal de comunicação da sociedade com o poder público. E para isso ele precisa ouvir, receber críticas e levar ao poder público para que essas melhorias sejam feitas. E além disso fazer leis que venham ao encontro da sociedade.
100f: Quais projetos você pretende defender na Câmara de Vereadores?
Rogério: Temos que aproveitar mais o nosso turismo que gera emprego e riqueza, porque sabemos a quantidade de pessoas impactadas pelo turismo. Mas não podemos depender só disso, temos outras áreas, uma delas é a criação de uma pousada de estudantes que venham estudar no Paraguai. Além de fomentar o comércio entre os países.
Por isso sempre destaco e elogio o trabalho da Itaipu na pessoa do General Silva e Luna, que tem essa visão macro de que a cidade fica no meio dos países e por isso precisa de obras estruturantes a nível federal. Isso estamos vendo com as obras da Segunda Ponte e a perimetral.
Tenho uma grande preocupação com a segurança pública, para que o turista venha aqui e se sinta seguro e confortável. Temos que ter essa imagem positiva da cidade.
Também precisamos ter mais lojas francas, e para isso um apoio maior do governo federal, por que isso vai aumentar a geração de emprego e a circulação do dinheiro na cidade. Esperamos ainda mais investimentos do governo do estado.
Precisamos ter projetos para o futuro, planejar a cidade. O problema de mobilidade tem que ser resolvido. Assim como o viaduto ali na avenida Costa e Silva, da qual recebo muitas reclamações, porque foi pensado apenas para quem vai ao Paraguai, então precisamos ver junto ao governo do estado, DER e DNIT sobre como melhorar isso.
100f: E para fechar vereador Rogério Quadros, que mensagem gostaria de deixar para a população?
Rogério: As pessoas podem esperar que eu serei o mesmo, ouvindo as bases, as famílias, os grupos de atividades esportivas, principalmente a comunidade em si, as reivindicações dos bairros ao poder público, apresentando leis que vão ao encontro da necessidade dos moradores.
Tudo isso com o espírito coletivo, daquelas pessoas que querem somar para ajudar a cidade. E dizer que o poder legislativo é autônomo, mas tem que trabalhar em harmonia com o poder executivo, porque quem ganha com isso é a comunidade.
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