Setembro é um mês que se veste de cores e campanhas voltadas para a conscientização e a saúde. As cores verde, dourado e amarelo ganham destaque, representando movimentos de fundamental importância.
Setembro Verde
A cor verde, escolhida para representar estas iniciativas, não foi eleita ao acaso. Simbolizando esperança, resiliência e renovação, ela convida a sociedade a uma reavaliação de perspectivas.
A primeira cor do mês, o verde, destaca-se em duas frentes. A primeira delas é voltada para a pessoa com deficiência. Mas, mais do que focar nas limitações, esta campanha procura lançar luz sobre as capacidades, direitos e necessidades desse grupo.
Em um país como o Brasil, com um vasto mosaico de diversidades, a promoção da igualdade de oportunidades é essencial. O Setembro Verde integra ações como palestras, seminários e eventos esportivos adaptados com um propósito claro: combater preconceitos, ampliar a acessibilidade e gerar ambientes inclusivos.
O dia 21 de setembro se destaca como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Mais do que uma simples data comemorativa, é um momento para refletir sobre as conquistas já alcançadas e os desafios ainda presentes.
Mês da Conscientização e Incentivo à Doação de Órgãos
A segunda bandeira levantada pelo verde é a conscientização e incentivo à doação de órgãos. O ato de doar, mais do que um gesto de solidariedade, é um processo cercado por rigorosos protocolos e uma intrincada rede de profissionais dedicados a garantir a segurança e eficácia dessa transferência de esperança.
A informação é um pilar central nesse processo. A doação de órgãos pode parecer simples à primeira vista, mas há uma série de etapas críticas que antecedem esse ato. Uma das principais e mais delicadas é o diagnóstico de morte encefálica. Este critério, muitas vezes resultante de catástrofes cerebrais como traumatismos cranianos ou AVCs, é o sinal verde que inicia a possível jornada de um órgão a um novo corpo.
Confirmado o diagnóstico, a Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES) entra em cena. Ela é acionada para coordenar e garantir que todos os passos subsequentes ocorram com a máxima eficiência e cuidado. No entanto, antes de qualquer procedimento, há uma etapa fundamental e profundamente humana: a conversa com a família.
Por meio de uma entrevista realizada por uma equipe especializada, os familiares são esclarecidos sobre todos os aspectos envolvidos na doação. O esclarecimento e a transparência são essenciais, pois é da família que vem a autorização final para a doação. A partir daí, exames são realizados, os órgãos são avaliados para afastar a possibilidade de doenças infecciosas, e verifica-se a compatibilidade com os possíveis receptores.
Setembro Dourado
Mês da Conscientização Sobre o Câncer Infantil
O câncer, com sua multiplicidade de formas e avanço silencioso, tem se destacado como uma das principais causas de morte entre crianças e adolescentes brasileiros. Na faixa etária de 0 a 19 anos, 8% dos óbitos são atribuídos à doença. O cenário poderia ser ainda pior, não fossem os avanços no tratamento e a crescente conscientização proporcionada por campanhas como o “Setembro Dourado”.
A iniciativa visa alertar a sociedade, pais e profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico precoce. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), quando o câncer infantojuvenil é detectado em seus estágios iniciais, as chances de cura se aproximam dos 80%.
Diferentemente do que muitos imaginam, o câncer não é uma doença única. Ele se manifesta através de um grupo de enfermidades que compartilham a característica do crescimento descontrolado de células anormais, que podem acometer qualquer região do corpo.
Nas últimas quatro décadas, os avanços na abordagem e tratamento dessas enfermidades em crianças e adolescentes trouxeram novas perspectivas e esperança. Entre os desafios mais comuns encontrados nessa fase da vida, destacam-se as leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas e o neuroblastoma. Há ainda o tumor de Wilms, o retinoblastoma que se manifesta no fundo do olho, o tumor germinativo, os osteossarcomas ósseos e os sarcomas de partes moles. Por trás dos nomes científicos, há histórias de superação, resiliência e, infelizmente, também de perda. O Setembro Dourado surge como um lembrete da urgência em se atentar aos sinais e sintomas da doença, possibilitando intervenções menos invasivas e uma maior preservação da qualidade de vida dos jovens pacientes. Com uma estimativa do INCA de mais de 9 mil novos casos de câncer em crianças e adolescentes a cada ano, entre 2020 e 2022, a campanha Setembro Dourado ressalta a necessidade contínua de informação e atenção. Afinal, cada diagnóstico precoce pode representar uma vida salva.