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O Clube intitulado Darling Beetle Foz surgiu em 29 de maio de 2019, veio de encontro com uma ideia das líderes Natali Cujari e Bruna Regina que queriam reunir mulheres, que do mesmo modo que elas, são apaixonadas por Fusca. Hoje o clube já conta com 50 integrantes.
Sete décadas atrás, no finalzinho de 1945, após o Natal que se sucedeu ao fim da Segunda Guerra Mundial, começava a ser produzido um dos modelos mais icônicos, carismáticos e queridinhos da história da indústria automobilística: o Volkswagen Fusca. Ele nasceu com a missão de ser um carro popular já que na época os carros custavam muito caro. No Brasil, o célebre, Fusca teve confirmada sua vocação popular. Ele chegou importado em 1950 e, três anos depois, sua fabricação doméstica começou em São Paulo, onde a Volkswagen instalou sua primeira unidade – depois, a produção seria transferida para São Bernardo do Campo. Foram fabricados cerca de 3,3 milhões de Fuscas no Brasil, cerca de 16% do volume mundial.
Fonte: jornaldocarro.estadao.com.br
Entrevistamos as coordenadoras do clube, Natali Cujari e Lola Aleixo, que nos contaram um pouco dessa história tão bela entre a mulher e o automóvel. Para isso, sugerimos que você pegue uma xícara de café ou chá para acompanhar este bate-papo divertidíssimo.
Cintia, Bruna Regina, Natali, Paula Regina e Marcia
100fronteiras – Porque escolheram o Fusca?
Foi o Fusca quem nos escolheu. Primeiramente pensava em ter um grupo feminino de carro antigo no geral, mas acredito que o diferencial era ser somente fuscas, e era para ser, tanto que até hoje fico de boca aberta na quantidade de mulheres que são proprietárias de Fusca aqui em Foz do Iguaçu.
100f. – Qual ano e cor foi o seu primeiro, Fusca?
Meu primeiro Fusca foi um branco 1984, o qual vendi para comprar o que tenho atualmente (branco e azul 1969), conta Natali Cujari.
100f. – Qual a função do clube ou objetivo dele?
Inicialmente o clube teve o objetivo de reunir mulheres com um gosto automobilístico em comum. Conforme o grupo foi evoluindo, notamos outras características semelhantes, entre elas, o empoderamento. Queremos inspirar outras mulheres a correrem atrás de seus objetivos, mostrar que em meio a encontros de automóveis, dos quais geralmente são vistos como um ambiente masculino, a mulher também pode fazer parte, ou seja, são capazes de estar, fazer, e principalmente DIRIGIR o que elas quiserem.
Com o decorrer do tempo, fomos observando outras necessidades do cotidiano. Hoje abraçamos outras causas sociais no grupo.
100f. – Quais causas sociais o grupo apoia?
No Dia Internacional do Fusca (22 de junho), como de costume fazemos exposições. Devido à situação pandêmica atual, o momento pediu um pouco de empatia, sendo assim, reunimos outros grupos de variantes da cidade e elaboramos uma Blitz Solidária, da qual foi um sucesso, o que hoje nos incentiva a participar e formular novas ações como essa. Em nosso clube, tivemos casos em que após comprarem o seu fusca, algumas meninas superaram consideravelmente alguns de seus problemas pessoais, e assim que entraram no grupo, encontraram um grande apoio, o que as ajudou a evoluir positivamente.
100f. – Vocês devem entender muito de carro, é difícil a manutenção de um fusca?
Temos um pouco de conhecimento a respeito, porém já fechamos parceria com uma mecânica de Foz do Iguaçu, na qual iremos fazer um curso de mecânica básica para as mulheres do nosso grupo, onde facilitará identificar alguns problemas do cotidiano e até mesmo tentar evitar alguns abusos em mecânicas. E caso venha ter sucesso, temos a intenção de expandir a ideia de mecânica básica para outras mulheres com outros modelos de carros. A gente tenta fazer o que pode em casa também, inclusive sempre uma ajuda a outra dentro do grupo. Se alguma sabe fazer o que a outra não sabe, vai lá e ajuda, tem muito disso entre as meninas, a parceria é grande.
100f. – O Fusca é conhecido por deixar o motorista na mão algumas vezes, já aconteceu com vocês?
Quem nunca precisou de um guincho, não sabe como muitas vezes o valor é abusivo. E se contarmos que em meio ao apuro, após uma ligação, um pedido de “corre aqui”, com um cabo de aço, uma guinchou a outra até a mecânica. E quando durante uma viagem no modo carreatinha, o motor começa a pegar fogo? Sufoco, não é mesmo? Mas quando se tem um grupo, a história sempre acaba bem. Durante o processo, todas se uniram até mesmo para poder ajudar a refazer o que o estrago causou (no fim, não foi necessário, pois descobriram que o erro foi técnico/mecânico, mas o que vale é totalmente a intenção. É união que se fala?. E quando o marcador de gasolina para de funcionar e você tem que aprender a medir mentalmente o gasto de seu, fusca (às vezes essa técnica também falha).
100f. – Algumas curiosidades do Fusca?
Quem disse que Fusca é apertado, é porque nunca fez uma mudança, ou até mesmo acampar com ele, e acredite…cabe muita coisa. A história de que Fusca não atola é real (comprovamos isso), porém há uma possibilidade se tentar voltar para ajudar o “plastimovel” que ficou preso na lama, porém a experiência e as risadas ficam marcadas na memória ou quando o farol para de funcionar e o que resta são as lanternas dos celulares dos caronas.
O bom e velho Fusca sempre trará histórias, os perrengues com esse modelo nem sempre é tão ruim quanto aparenta (prova disso são as histórias contadas pelas meninas). Você pode muito bem fazer uma grande amizade empurrando um fusca.
O modelo não expressa condição social e sim dedicação, pois o automóvel acaba posteriormente se tornando herança de família. Ele é tão valioso, para alguns apaixonados, que quando bem cuidados e restaurados podem chegar a valer cerca de R$ 73.000,00 .
“Todo Fusca tem uma característica e personalidade única, decorado de acordo com o perfil de seu dono, nele você vê o seu esforço, cada conquista um agradecimento. É gratificante! ”
Só uma correção, dia mundial do fusca foi 22 de junho, onde fizemos a arrecadação de alimentos.
Obrigada pela sua colaboração Paula❤️
Orgulho em fazer parte desse grupo maravilhoso!