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Os espaços verdes urbanos, como parques e praças, desempenham um papel crucial para o bem-estar dos habitantes da cidade. Além de contribuírem para a estética e o equilíbrio ecológico do ambiente urbano, eles também oferecem um refúgio para a biodiversidade e um lugar para as pessoas relaxarem, se exercitarem e socializarem.
São áreas que fornecem sombra e frescor em dias quentes, melhoram a qualidade do ar e podem até aumentar o valor imobiliário dos arredores. Infelizmente, essas áreas preciosas estão em perigo, e o Parque Monjolo é um exemplo vivo disso.
Localizado entre a Mesquita Omar Ibn Al-Khattab e a Avenida JK, o Parque Monjolo é uma maravilha natural no coração do Jardim Central. O parque abriga um lago e uma variedade de corpos d’água, os quais, apesar de serem persistentemente afetados pelo avanço da ocupação urbana, seguem resistindo.
O vaivém das reformas
Desde sua criação, o Parque Monjolo passou por diversas revitalizações. Em 2012, por demanda da comunidade, um investimento significativo permitiu a recuperação da nascente, a limpeza completa do parque, a construção de uma estrutura moderna e uma academia para a terceira idade.
Apesar de obras terem sido feitas em 2015, em 2017 e 2018, registros no diário da prefeitura indicam solicitações para novas revitalizações. O parque estava abandonado, com o mato muito alto, tornando-se um local propício para a ocorrência de assaltos.
Em 2018, a prefeitura lançou o programa “Reinventando Foz”, com o objetivo de impulsionar o turismo local, promover o desenvolvimento urbano sustentável e melhorar a qualidade da água. O Monjolo estava entre os principais rios que seriam recuperados. Mas, apesar das promessas, a realidade hoje conta uma história diferente.
Apesar de terem sido investidos cerca de R$ 1,2 milhão em 2020 na construção de galerias pluviais para minimizar o problema de impermeabilização do solo e alagamentos, moradores afirmam que a situação não foi completamente resolvida. A unidade de contenção de resíduos, projetada para reduzir o acúmulo de lixo e a sobrecarga do rio, não conseguiu atingir seu objetivo.
A falta de manutenção e cuidado com o parque é aparente, o mato alto e a falta de segurança são questões recorrentes. O sinal mais visível dessa negligência é a presença de jacarés no parque. Embora a Prefeitura de Foz do Iguaçu tenha colocado placas de alerta para a população local, a solução real para este problema seria o manejo adequado desses animais para um local mais seguro.
O Parque Monjolo hoje
Atualmente, o Parque Monjolo apresenta um quadro desolador. Mesmo sendo a morada de uma variada vida selvagem, como garças-brancas, frangos-d’água, bem-te-vis, joões-de-barro e martins-pescadores, e até mesmo jacarés, o parque parece ter sido esquecido. O “maior plano ambiental da história”, prometido pela prefeitura, nunca se materializou.
O parque está completamente abandonado, apresentando riscos para a população local. A situação exige uma ação imediata para preservar este pedaço vital de natureza no meio urbano. A prefeitura e seus parceiros devem reconhecer a importância do Parque Monjolo, não apenas para a vida selvagem que ele abriga, mas também para os habitantes da cidade que dependem de seu espaço verde para recreação e bem-estar.
O Parque Monjolo, com seu lago, fauna diversificada e conexão com o Rio Paraná, representa um precioso patrimônio natural que deve ser preservado. O estado atual de abandono é um triste reflexo do descaso do poder público e um alarmante chamado à ação. É imprescindível que medidas sejam tomadas para preservar o parque, garantir a segurança dos moradores locais e proteger a fauna que ainda persiste ali.
A história de revitalizações incompletas e promessas não cumpridas não pode se repetir. A comunidade do entorno do Parque Monjolo e todos os cidadãos de Foz do Iguaçu merecem um espaço verde que possam utilizar e apreciar de maneira segura, além de preservar a biodiversidade tão importante para o equilíbrio ecológico da região.