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Foz do Iguaçu vive um cenário alarmante: o número de moradores de rua saltou de 270 em 2019 para 790 em 2023, um aumento superior a 190%, segundo dados do Cadastro Único do Governo Federal. No Paraná, a cidade só fica atrás de Curitiba, com seus 3,1 mil moradores de rua. Ao todo, o estado abriga mais de 10,9 mil pessoas nesta condição.
Equipes de Assistência Social da prefeitura circulam pelo município oferecendo auxílio, encaminhando aqueles que aceitam ajuda para três residências especializadas, com uma delas dedicada especialmente a migrantes e refugiados. O esforço é amplo: desde regularização de documentos até reintegração familiar e oportunidades de trabalho.
A secretária de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, Rosa Maria Jeronymo, revela que apesar da situação crítica, no município são realizadas diversas ações para combater o problema.
“O empobrecimento acelerado pela pandemia impulsionou a desigualdade, aumentando a população em situação de rua. Há uma demanda urgente por moradia e uma necessidade de alinhar políticas com o Estado e União”.
secretária de direitos humanos e relações com a comunidade
O tema tem gerado debates locais. Em uma reunião recente, autoridades, entidades e conselhos discutiram soluções, contando com a participação direta de moradores de rua. A ocasião também ofereceu serviços essenciais, de assistência jurídica a corte de cabelo.
O defensor popular Paulo Ferreira, ressalta:
“O acolhimento é fundamental. Nossa maior demanda é moradia, mas o tratamento humano é primordial”.
Paulo ferreira
As causas da situação de rua são múltiplas: conflitos familiares, dependência química, desemprego, entre outras. A abordagem exige sensibilidade: muitos se abrigam em áreas de mata ou prédios desocupados, enfrentando frio, doenças e, por vezes, tragédias. Campanhas anuais buscam fornecer cobertores, roupas e mais, reforçando que, independentemente das circunstâncias, todos merecem dignidade.