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Crédito das fotos: Alexandre Marchetti | Itaipu Binacional
A nova gestão da Itaipu Binacional comandada pelo economista Enio Verri está ajudando a resolver problemas crônicos que incomodavam moradores da região há muitas décadas. As ações que beneficiam os povos originários da área de abrangência da empresa ganhou grande destaque nesse novo modelo de administração mais voltado para as questões sociais e ambientais.
A falta de água potável, por exemplo, deixou de ser um problema para a comunidade indígena Tekoha Ocoy, localizada no município de São Miguel do Iguaçu (PR), a aproximadamente 57 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Nesta semana, foi inaugurado um poço artesiano na aldeia, beneficiando as 198 famílias guaranis que lá residem. Essa realização resulta de uma parceria entre a Itaipu Binacional e a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu.
A instalação do poço artesiano foi uma resposta a uma demanda do Conselho de Lideranças Indígenas da Comunidade Indígena Ocoy. O gestor dos Programas de Sustentabilidade Indígena da Itaipu Paulo Porto, enfatizou que a carência de água na aldeia persistia há quase uma década. “Hoje, tanto a Itaipu quanto os guaranis, juntamente com a Prefeitura, celebram, pois pela primeira vez todas as 198 casas em Ocoy têm acesso a uma rede de fornecimento de água potável”, afirmou Porto. Ele acrescentou:
Essa ação proporciona dignidade à comunidade como um todo. O acesso à água potável é um requisito fundamental para a civilidade e para políticas públicas.”
Participaram da cerimônia de inauguração do poço, além de Paulo Porto, a gestora do convênio entre Itaipu e a prefeitura, Ceci Lucia da Silva Langer, o coordenador da Defesa Civil de São Miguel do Iguaçu, Sérgio Passos Gonçalves, o cacique da aldeia Tekoa Ocoy, Celso Japoty Alves, e a diretora da Escola Teko Ñemoingo, Marli Takua Poty.
A reparação às populações originárias é uma das principais prioridades da nova administração da Itaipu, que tem ampliado suas iniciativas para melhorar as condições de vida dessas comunidades em toda a região Oeste, simultaneamente promovendo a sustentabilidade das três comunidades indígenas dentro da área de influência da usina: Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu; e Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã, em Diamante D’Oeste.
Juntas, essas três aldeias abrigam cerca de 340 famílias e mais de 1,5 mil indígenas. As ações são implementadas por meio de parcerias com as prefeituras municipais de Diamante d’Oeste e São Miguel do Iguaçu, bem como com as Associações de Pais, Mestres e Funcionários (APMFs) das escolas indígenas. O trabalho é conduzido pela Divisão de Ação Ambiental da Binacional.
Apesar de ser uma questão antiga, nos últimos dois anos a escassez de água na aldeia intensificou-se ainda mais. Foi quando a Defesa Civil tomou medidas, passando a fornecer água da Sanepar por meio de caminhões-pipa. “Havia falta de água nas escolas, no posto de saúde e nas casas”, explicou o coordenador da Defesa Civil de São Miguel do Iguaçu, Sérgio Passos Gonçalves. A distribuição de água tornou-se diária, inclusive nos feriados e finais de semana.
A diretora da Escola Teko Ñemoingo, Marli Takua Poty, relatou que os alunos costumavam ficar sem aulas durante três ou quatro dias seguidos devido à falta de água, resultando na perda de conteúdo escolar. Muitos estudantes iam à escola para se alimentar devido às dificuldades em casa. “Contudo, não tínhamos água nem para preparar as refeições dos alunos”, lamentou a professora.
Com a distribuição de água por caminhões-pipa, a situação melhorou significativamente e não foi mais necessário interromper as aulas, afirmou a professora.
Agora é só felicidade. Uma escola precisa ser um ambiente limpo. Agora está tudo limpo e temos água.
A gestora do convênio entre a Itaipu e o município de São Miguel do Iguaçu, Ceci Lucia da Silva Langer, destacou que a situação na aldeia de Ocoy estava levando as crianças a consumirem água inadequada para consumo humano. “Graças a Deus, nada mais grave aconteceu”, expressou. “Hoje, alcançamos isso [água potável]. E as pessoas estão felizes”, acrescentou o cacique Celso Japoty Alves.
Após a inauguração do poço artesiano, está planejada a substituição da tubulação nas residências, que é bastante antiga e apresenta vazamentos. Serão substituídos seis mil metros de tubos, por meio de uma colaboração entre a Itaipu, a Sanepar e a Secretaria de Saúde Indígena do governo federal.
Nessa nova gestão de (Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu), sob a liderança do presidente Lula, a prioridade é se aproximar das populações vulneráveis, sempre. Nesse caso, não se trata apenas de fornecer água potável, mas também de assegurar que esse recurso chegue de forma adequada às casas, garantindo o acesso a esse direito básico
Paulo porto
O convênio assinado em junho deste ano entre a Itaipu e a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu contempla diversas medidas para a melhoria da qualidade de vida dos indígenas de Ocoí, além do poço artesiano e da substituição da tubulação. Isso inclui aquisição de materiais para artesanato e de um veículo de apoio às atividades da comunidade, distribuição de 160 cestas básicas por mês, e aquisição de eletrodomésticos, móveis e utensílios para o Centro de Nutrição da aldeia.