Muito se fala de inclusão social para aqueles que não ouvem nem falam. E neste momento de pandemia, no qual o uso de máscaras vem tornando-se obrigatório, mais uma vez é preciso lembrar-se dessas pessoas.

 

A máscara de proteção se tornou, da noite para o dia, um item essencial no combate ao coronavírus no mundo. Com isso, as pessoas passaram a aderir ao uso dela. Mas ao fazer isso, protegendo completamente a boca e o nariz, perdeu-se a opção de leitura labial, muito utilizada por deficientes auditivos na comunicação.

Pensando nisso, uma estudante americana de 21 anos, Ashley Lawrence, que cursa educação para surdos, projetou uma máscara especial utilizando uma armação transparente na boca, permitindo assim a leitura labial e ao mesmo tempo mantendo a proteção. Para isso, utiliza-se o mesmo processo da confecção de máscaras de tecido tradicionais, a diferença está em utilizar a parte central da máscara para colocar o suporte de plástico conforme as medidas ideais para que a boca fique aparecendo. Abaixo, um vídeo em inglês explicando como a estudante confecciona as máscaras.

A ideia surgiu nos Estados Unidos, mas isso não impede que aqui no Brasil a produção e a utilização dessas máscaras aconteçam, até porque existe uma comunidade de cerca de dez milhões de surdos que necessitam da comunicação por Libras e leitura labial.

(Fonte- Ashley Lawrence/Facebook)

Em Foz do Iguaçu, existe a APASFI (Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Foz do Iguaçu), que trabalha com a educação e inclusão dos surdos na comunidade. “Eu como educadora vejo que para nós é importante deixar à mostra os lábios e talvez ampliar um pouco mais para a expressão facial, facilitando assim a comunicação labial com os deficientes auditivos”, explica Marcia Madalena Silva Hames, diretora na APASFI.

Então, fica uma dica da 100fronteiras às pessoas que estão trabalhando com a confecção de máscaras, para pensarem também na comunidade de surdos de Foz do Iguaçu.

Formada em Jornalismo na UDC e pós-graduada em Relações Internacionais Contemporâneas na Unila, atualmente é jornalista da 100fronteiras e recentemente conquistou pela 100fronteiras o primeiro lugar no 1º Prêmio Faciap de Jornalismo.

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